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Madre Celeste: alunos representaram os pais em reunião sobre educação militar, diz assessoria de diretora-geral

Nesta sexta-feira, 03, o BT divulgou denúncias de pais e responsáveis de alunos do Colégio Madre Celeste, que fica localizado no bairro da Marambaia, em Belém, que se sentiram lesados e agredidos pela decisão da escola de aplicar o ensino cívico-militar na unidade sem um aviso prévio.

De acordo com denunciantes, nada foi informado no momento de rematrícula dos alunos na escola e, segundo a denúncia, a direção já sabia sobre a implementação. “Foi pura imposição. Mesmo com protestos da metade dos pais presentes, que se sentiram agredidos e lesados, o projeto de disciplina militar vai avançar”, lamentou um dos denunciantes.

Após a publicação da matéria, a assessoria de comunicação da Professora Nilse Pinheiro, diretora-geral das escolas Madre Celeste e ex-Deputada Estadual pelo PDT, entrou em contato com o BT para falar sobre o assunto. De acordo com a assessoria, a denúncia dos pais não procede, uma vez que uma reunião foi feita para informar sobre a decisão. Além disso, a Ascom afirmou que os pais fizeram a denúncia por não terem ‘esclarecimento’ sobre a questão.

“São pais que não estiveram na reunião, então eles não tem o esclarecimento. Esse projeto foi desenvolvido agora, no início deste ano. Então, já havia acontecido a matrícula. Assim que o projeto foi desenvolvido, dentro de duas semanas, se viu logo a necessidade de falar com os professores e decidir qual seria o colégio e quais seriam as séries”, relatou.

Na fala oficial, a assessoria informou que a opção pela unidade da Marambaia se deu por motivos estruturais. “Optou-se pela escola Madre Celeste da Marambaia por ter um prédio mais amplo, com uma estrutura melhor. Foi solicitado que cada professor avisasse suas turmas, a direção também, para que convocassem os pais e responsáveis de todos os alunos para uma grande reunião magna onde seria explicado o projeto”, disse.

Reunião no colégio Madre Celeste. Foto: Ascom Professora Nilse.

A comunicação da Professora Nilse, no entanto, garante que o projeto só seria aplicado em caso de acordo com os pais. “O projeto só seria executado perante o acordo dos pais. Se eles dissessem ‘não, a gente não quer’, o projeto não seria executado. No dia 26 de janeiro foi feita a reunião com os pais, com mais de 300 pais presentes, assim como alunos estavam presentes”, relatou.

E seguiu: “Explicou-se como seria o projeto. Não vai interferir em nada na mensalidade, não vai ter acréscimo de nada, é apenas uma disciplina que vai ser inserida dentro da grade curricular dos alunos. Que é a parte cívico-militar com os agentes de segurança pública. Todos os presentes concordaram, aplaudiram. Foram poucos os pais que faltaram, então acredito que são esses pais que fizeram o questionamento. Ou seja, eles não procuraram a direção para justificar a falta e pegar esclarecimento do que aconteceu”, alegou.

Os instrutores militares que farão parte do projeto. Foto: Ascom Professora Nilse.

O BT perguntou sobre o fato de alguns pais não estarem presentes no momento da decisão. Em resposta, a Ascom alegou que os alunos estavam cientes do tema. “Alguns faltaram sim, mas tiveram alunos que compareceram porque os pais não puderam ir e todos os presentes concordaram com o projeto”, alegou.

O BT questionou a fala, uma vez que os alunos, na condição de crianças ou adolescentes, não podem tomar as decisões no lugar dos pais e/ou responsáveis. Em resposta, a assessoria disse: “Adolescentes, atletas da instituição [que] se fizeram presente já que os pais não compareceram”, afirmou.

Por fim, a Ascom afirmou que a implementação do ensino cívico-militar é experimental e, caso não dê certo, será cortado. Para comparação, a comunicação da Professora Nilse informou que o projeto seguirá os padrões do Batalha do Riachuelo – o primeiro colégio militar privado de Fortaleza.

No site do colégio citado, estão listados os seguintes valores:

  • Patriotismo;
  • Sentimento de honra e dever;
  • Cidadania;
  • Rigor e respeito a hierarquia;
  • Compromisso.

Como missão, o colégio diz querer: “Propiciar ambiência de educação com ênfase nos valores e tradições das forças armadas Brasileiras, em consonância com a legislação Federal da educação nacional, ministrando educação básica nos níveis fundamental do 6. ao 9. ano e médio, do 1. ao 3. Ano”.