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Maduro é reeleito presidente da Venezuela com 51,2% dos votos, diz CNE

Imagem: JUAN BARRETO/AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito após votação que aconteceu neste último no domingo, 28. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou os resultados apenas na madrugada de segunda-feira, 29, com 80% das urnas apuradas e 59% de comparecimento.

De acordo com o CNE, Maduro teve cerca de 51,2% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo González, teve 44,2%.

Maduro é reeleito presidente da Venezuela com 51,2% dos votos, diz CNE. Imagem: Fernando Vergara/ AP
Maduro é reeleito presidente da Venezuela com 51,2% dos votos, diz CNE. Imagem: Fernando Vergara/ AP

Primeiras Declarações de Maduro

Em sua primeira declaração após os resultados, o presidente reeleito agradeceu aos eleitores e afirmou se comprometer com a paz e o diálogo. Ele ressaltou a continuidade de seu governo em relação ao de seu antecessor, Hugo Chávez, e pediu respeito ao CNE e à Constituição venezuelana. Maduro, que está no poder desde 2013, agora permanece na Presidência até 2031, totalizando 18 anos no cargo.

“Nunca pensei em ocupar um cargo público de relevância, sempre lutei pela Venezuela. Neste novo mandato, darei minha vida para promover as mudanças necessárias para que esta pátria prospere”, afirmou ele.

Maduro apresentou a eleição como uma escolha entre “paz ou guerra” e alertou que uma vitória da oposição poderia levar a um “banho de sangue”, o que gerou críticas de líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gabriel Boric, do Chile. Após o anúncio da vitória, Maduro afirmou ter recebido apoio de chefes de Estado da aliança bolivariana, incluindo Nicarágua, Bolívia e Cuba.

Reações e Questionamentos da Oposição

A oposição venezuelana denunciou fraude no processo eleitoral e declarou-se vitoriosa, afirmando ter obtido 70% dos votos contra 30% para Maduro. Edmundo González acusou o CNE de violar normas eleitorais e prometeu lutar para que a vontade do povo venezuelano seja respeitada. María Corina Machado, líder da oposição que foi impedida de concorrer, anunciou que sua coalizão tomará medidas para “defender a verdade”.

“Esta é a eleição presidencial com maior margem de vitória. Não vamos aceitar essa chantagem. Nos próximos dias, anunciaremos ações para defender a verdade até o final”, declarou María Corina Machado.

A vitória de Maduro ocorre em meio a um cenário de críticas à condução política da Venezuela, com frequentes questionamentos sobre o cumprimento dos processos democráticos. A reeleição de Maduro representa a continuidade do chavismo no poder, iniciado por Hugo Chávez em 1999.

Reações Internacionais

Minutos após a divulgação do resultado, líderes internacionais se pronunciaram sobre a reeleição de Maduro. O presidente do Chile, Gabriel Boric, expressou ceticismo em relação aos resultados e exigiu transparência, afirmando que seu país não reconhecerá resultados não verificáveis.

“Do Chile, não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, escreveu Boric no Twitter.

Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, também se manifestou, descrevendo a reeleição de Maduro como um “segredo aberto” e afirmando que o processo eleitoral foi falho.

“Eles iriam ‘vencer’ independentemente dos resultados reais. O processo até o dia das eleições e a contagem foram claramente falhos. Não se pode reconhecer um triunfo se não confiarmos na forma e nos mecanismos utilizados para alcançá-los”, destacou Lacalle Pou.

Já o presidente da Colômbia, Iván Duque, chamou a vitória de Maduro de “roubo consumado”.


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