Após semanas acomodadas em um berçário nas adjacências da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste do Pará, os primeiros 109 filhotes de tartarugas marinhas de 2023 deram início a um novo ciclo de crescimento, reprodução e continuidade da espécie nesta semana.
A soltura dos quelônios, que é a primeira registrada no local este ano, atraiu curiosos que aproveitavam o principal balneário do litoral paraense, a praia do Atalaia, além de estudantes da rede pública municipal e moradores do entorno.
A soltura divulgada nesta sexta-feira, 16, ocorreu após os esforços dos pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM) e profissionais do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) e demais agentes de segurança pública.
Na ocasião, o público pôde compreender o papel que a UC desempenha para a manutenção do ecossistema da região.
“Essa é uma boa iniciativa. Aliás, qualquer ação que preserve a natureza é bom para o meio ambiente e, consequentemente, para todos nós. Trouxe meu filho para acompanhar essa experiência porque incentiva ele a crescer tendo noções de sustentabilidade e de conhecimento sobre a importância dessa causa”, contou o turista Paulo Mendes.
Desde fevereiro deste ano, o Ideflor-Bio e os órgãos de segurança pública realizam o bloqueio de três quilômetros da faixa de areia da Praia do Atalaia para a proteção de cinco espécies de tartarugas marinhas, que utilizam o local para desova e, posteriormente, onde ocorre a eclosão dos ovos, segundo os pesquisadores.
“Nós estamos plantando uma poupança de biodiversidade, ou seja, possibilitando que uma fauna que hoje está ameaçada de extinção, que são as tartarugas marinhas, tenham a plena continuação. Temos recebido feedbacks bastante positivos de turistas e moradores do município, e é importante destacar que ainda temos mais ninhos para fazer futuras solturas nos meses de junho, julho e agosto”, detalhou a técnica em planejamento e gestão ambiental do Ideflor-Bio, Adriana Maués.
PRESERVAÇÃO
O Monumento Natural do Atalaia é uma UC de Proteção Integral do Ideflor-Bio, criada em 2018 para preservar os ecossistemas de manguezais, restingas e dunas do Atalaia. Este é um dos últimos locais preservados nessa área e que abriga diversas espécies de animais, entre mamíferos e uma rica avifauna residente e migratória, com atenção especial aos períodos de reprodução das tartarugas marinhas que sobem à Praia do Atalaia, no período noturno, para depositar seus ovos.
“Nós estamos plantando uma poupança de biodiversidade, ou seja, possibilitando que uma fauna que hoje está ameaçada de extinção, que são as tartarugas marinhas, tenham a plena continuação. Temos recebido feedbacks bastante positivos de turistas e moradores do município, e é importante destacar que ainda temos mais ninhos para fazer futuras solturas nos meses de junho, julho e agosto”, detalhou a servidora.