A investigação da Polícia Federal sobre a morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira no Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022, concluiu que o traficante Rubens Vilar Coelho, conhecido como Colômbia, é o mandante das mortes. Rubens está preso desde o ano passado. A PF, através do cruzamento de informações, identificou diversos indícios de participação do traficante. A informação foi confirmada pelo superintendente da Polícia Federal no estado, Alexandre Fontes, nesta segunda-feira (23).
Entre as provas estão ligações feitas por Colômbia para Jeferson da Silva Lima, apontado como autor dos tiros que mataram os dois. A corporação também identificou que os advogados do atirador foram pagos por Rubens, reforçando a possibilidade dele ser o mandante das mortes.
“Não tenho dúvida que o mandante foi o ‘Colombia’. Temos provas que ele fornecia as munições para o Jefferson e o Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo”, disse Fontes.
O superintendente também citou outros nomes que apareceram no caso, como o irmão de Amarildo, Oseney, e Jefferson da Silva Lima. Todos também estão presos por suspeita do crime.
O traficante responsável pelas mortes está em custódia desde o ano passado. Ele havia sido solto após pagar uma fiança de R$15 mil. A prisão foi decretada novamente após ele descumprir condições impostas por ocasião da concessão de sua liberdade provisória.
Alexandre Fontes também disse que a PF conseguiu identificar a participação de mais um irmão de Amarildo da Costa Oliveira no crime. Segundo ele, Edvaldo da Costa Oliveira, forneceu a arma utilizada para matar a dupla.
Segundo Fontes, a arma do crime, uma espingarda, ainda não foi identificada. A Polícia Federal usou detectores de metal no rio onde aconteceu os assassinatos e também na área onde os corpos foram enterrados, mas nada foi encontrado.
Na última sexta-feira (20), a Justiça Federal no Amazonas remarcou as primeiras audiências do processo de investigação do caso para os dias 20, 21 e 22 de março. As audiência estavam marcadas para os dias 23, 24 e 25 de janeiro.
Na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa e os réus, segundo o juiz da Vara de Tabatinga, Fabiano Verli.
