c Ela também disse que “não gosta de ver” o que está “acontecendo no Congresso”.
Marina deu a declaração durante cerimônia de posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires.
“Nós estamos vivendo um momento difícil, está difícil para todo mundo. Este é o momento das árvores fortes se colocarem na frente para proteger o que é essencial”, declarou Marina.
“Não está fácil, mas a melhor forma de contribuir é estando aqui, permanecendo aqui para que a gente possa fazer as grandes transformações que o Brasil precisa”, completou.
A ministra não especificou quais situações levaram o país ao “momento difícil” e não detalhou o “essencial” que, na avaliação dela, precisa ser protegido.
Derrotas no Congresso – Nos últimos dias, a ministra do Meio Ambiente tem sofrido sucessivas derrotas à frente da pasta.
Nesta quarta-feira, 24, a Comissão Mista que analisou a MP da reestruturação dos ministérios do governo Lula aprovou parecer que retira o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro público obrigatório para todos os imóveis rurais, da competência do Ministério do Meio Ambiente. A estrutura, se o texto for aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado, irá para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado por Esther Dweck.
Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, Marina disse que espera que as mudanças propostas ainda possam ser revertidas..
“A proposta de retirada da demarcação de terras indígenas e da Funai do Ministério dos Povos Indígenas é um dos piores sinais”, disse Marina. “Estamos dizendo que os indígenas não têm isenção, para fazer o que é melhor para eles mesmo em relação a suas terras”, completou.
O cadastro é usado para mapear a grilagem de terras e fazer o controle de áreas desmatadas.
Ainda conforme o parecer da comissão mista, a gestão da demarcação de terras indígenas pode sair do Ministério dos Povos Indígenas e voltar para o Ministério da Justiça, contrariando a ministra Sônia Guajajara.
Sobre essas mudanças na organização da Esplanada dos Ministérios, Marina afirmou que parte do Congresso, que é a maioria, “quer impor o modelo de gestão do governo Bolsonaro”.
“Nós respeitamos a autonomia dos Poderes, mas o governo tem o direito de se organizar” declarou.
Também nesta quarta, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que, segundo ambientalistas, vai facilitar o desmatamento na Mata Atlântica. O texto vai à sanção presidencial.
Os deputados aprovaram ainda um pedido de urgência para a proposta que prevê demarcação apenas de terras já ocupadas por indígenas na data da promulgação da Constituição de 1988.
“A gente não gosta de ver o que está acontecendo no Congresso. Não é bom para ninguém. Não é bom para o Congresso, para o agronegócio e para o que atingimos nos últimos anos”, afirmou.
Para ela, a pauta ambiental ainda é uma das prioridades do presidente Lula, que “está vivendo a pressão daqueles que querem transformar o governo do presidente Lula no governo do Bolsonaro”.
*Com informações de G1