O Ministério da Educação notificou, na segunda-feira, 18, a Universidade Santo Amaro (Unisa) e solicitou que a instituição preste esclarecimentos, em até 15 dias, sobre o vídeo em que estudantes do curso de medicina aparecem nus, com a mão no pênis, durante uma partida de vôlei feminino.
O episódio, apelidado de “punhetaço”, ocorreu em São Carlos, no interior de São Paulo, durante o torneio universitário Calo Med, entre 28 de abril e 1º de maio deste ano. O vídeo, no entanto, só viralizou nas redes sociais no último fim de semana.
Diante da repercussão, a Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito para identificar os estudantes que aparecem na gravação. A suspeita é que os autores tenham cometido ato obsceno – crime com pena prevista de 3 meses a 1 ano de prisão.
Na notificação enviada à Unisa, o Ministério da Educação solicitou que sejam detalhadas as punições previstas no regimento interno da instituição.
O Metrópoles apurou que a direção da Unisa já identificou seis alunos e decidiu expulsá-los da universidade na segunda-feira (18/9). Os nomes deles não foram divulgados.
Ato obsceno
O artigo 233 do Código Penal proíbe praticar “ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”. A pena prevista é de até 1 ano de reclusão ou multa.
Alunos da instituição ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a prática é considerada “normal” em eventos universitários de medicina.
“Tava todo mundo zoando. Não tem nada a ver com bater punheta. A ideia era mostrar o pau para a torcida rival, isso é normal em jogos de medicina. Jogo de medicina é como se fosse um outro universo. A gente sabe separar as coisas. Ninguém vai sair fazendo isso por aí”, afirmou um aluno.
Durante o Intermed, realizado entre 7 e 10 de setembro, em Bauru, estudantes da Unisa deram uma espécie de “volta olímpica” com as calças arriadas e pênis de fora. As imagens também viralizaram durante o fim de semana.
Os alunos alegam que se trata de uma tradição dos jogos. A “volta olímpica” costuma acontecer durante a abertura do evento.