A mãe de dois alunos do colégio Sophos, localizado na rodovia Augusto Montenegro, em Belém, denunciou ao BT o descaso da escola após um aluno do 5º ano ter falecido de meningite e alarmado os responsáveis.
A escola teria comunicado apenas – e via whatsapp – os responsáveis de alunos do 5º e do 9º ano, onde estudavam o aluno falecido e o irmão dele. Insatisfeita com a falta de comunicação, Edna Moraes foi até o Sophos cobrar providências.
correção: o aluno que morreu de meningite fazia o 5º ano, informação corrigida*
O caso
A escola teria tomado conhecimento de que na segunda-feira, 24, um aluno do 5º ano, que já estava afastado das aulas há vários dias, veio a óbito em decorrência da meningite e que, o irmão dele, que faz o 9º ano, também apresentava sintomas da doença.
O Sophos teria preparado um comunicado e encaminhado apenas para os pais do 5º e do 9º ano, recomendando medidas profiláticas, porque, em tese, seriam as únicas crianças que teriam tido contato com os pacientes.
Edna tomou conhecimento da situação por que o pai de um aluno do 9º ano encaminhou o comunicado a outros pais perguntando se todos estavam cientes. “Foi aí que confirmou que ninguém tinha recebido. Eu recebi esse comunicado de vários outros grupos de Whatsapp porque foi se espalhando. A diretora pedagógica recomendou que fossem adotadas as medidas profiláticas apenas nessas duas turmas e disse que iriam fazer uma desinfecção na escola”, relatou a mãe.
Além da falta de informação, Edna reclama também da indisponibilidade dos funcionários da escola em esclarecer a preocupante situação de saúde. “Ela (diretora pedagógica) me informou que a desinfecção foi feita por profissionais da escola mesmo, não contrataram uma empresa especializada”, revelou a responsável.
Higienização precária
Edna relatou ainda ao BT que foi tratada com desrespeito pelo diretor financeiro da unidade, que teria respondido “aos berros” os questionamentos sobre a higiene da escola no dia a dia. Os filhos de Edna já tinham reclamado que os banheiros não têm sabonete para lavar as mãos.
“Ele disse que pai nenhum iria dizer o que ele tem que fazer na casa dele. Ele disse ainda que se eu não estivesse satisfeita com a escola que era pra eu tirar meus filhos de lá ‘agora mesmo’. E foi o que eu fiz. Eu fui sozinha, mas eu queria saber se fossem todos os pais, se iriam mandar a turma inteira cancelar a matrícula”.
Abalada, Edna diz que saiu tremendo da escola levando os filhos, após o ocorrido. Já nesta quinta-feira, 27, ela registrou um boletim de ocorrência contra a escola e contra o diretor financeiro na Delegacia de Polícia Civil do Benguí.
O BT entrou em contato com o Colégio Sophos e aguarda posicionamento sobre as denúncias.
Meningite
A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. Esta doença é causada, principalmente, por bactérias ou vírus, portanto são diversos os tipos de meningites. Nem todas são contagiosas ou transmissíveis. Em princípio, pessoas de qualquer idade podem contrair meningite, mas as crianças menores de 5 anos são mais atingidas. A meningite meningocócica é causada por uma bactéria, o meningococo e é contagiosa.
Transmissão
Pode ser transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria através do contato com essas mesmas bactérias, adquirindo portanto, resistência à doença. As crianças de 6 meses a 1 ano são as mais vulneráveis ao meningococo porque geralmente ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-la. É uma doença grave e devemos estar alertas para os sinais e sintomas porque, se diagnosticada e tratada logo, pode ser curada sem deixar seqüelas para o doente. Qualquer caso de meningite precisa ser comunicado às autoridades sanitárias, pelo médico ou pelo hospital onde o paciente está sendo tratado.
Prevenção
Existe vacina contra alguns tipos de Meningite Meningocócica, para os tipos A, C, W135 e Y, porém elas não são eficazes em crianças menores de 18 meses. Em crianças maiores de 18 meses e adultos a proteção da vacina dura de 1 a 4 anos. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e a higiene ambiental.