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Metade do patrimônio de Bolsonaro e familiares foi comprado em dinheiro vivo, diz site

Quase metade do patrimônio em imóveis do presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nos últimos 30 anos com uso de dinheiro em espécie. É o que relata o portal UOL em reportagem especial feita com levantamento nos últimos sete meses e divulgada nesta terça-feira, 30.

Segundo a reportagem, desde 1990, quando Bolsonaro entrou na política, até hoje, ele, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis. Deste total, pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes da família.

Segundo reportagem do portal UOL, metade do patrimônio de Bolsonaro e familiares foi comprada em dinheiro vivo. Imagem: reprodução internet

As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento “em moeda corrente nacional”, que significa “repasses em espécie”, totalizaram R$ 13,5 milhões. Porém, atualmente esse dinheiro vale bem mais: Em valores corrigidos pelo IPCA, o volume equivale a R$ 25,6 milhões.

Além disso, não é possível saber como foi feito o pagamento de 26 imóveis, que somaram pagamentos de R$ 986 mil, ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos. Ainda segundo o portal, esta informação não está disponível nos documentos de compra e venda. A compra de 30 imóveis foi feita com transações por meio de cheque ou transferência bancária, totalizando R$ 13,4 milhões, ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA.

Bolsonaro entre os filhos Eduardo (à esq.) e Flávio (à dir.) — Foto: Reprodução/Facebook

A reportagem aponta ainda que ao menos 25 imóveis adquiridos por integrantes do clã Bolsonaro desde 2003 foram objeto de investigação do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal. Entre essas propriedades encontram-se a casa do presidente no condomínio Vivendas da Barra, no Rio, e a mansão comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em Brasília.

Neste grupo, as aquisições e vendas foram feitas pelo núcleo de Bolsonaro: seus filhos e suas ex-mulheres não necessariamente com dinheiro em espécie, mas que se tornaram objeto de investigação no caso das rachadinhas —apropriação ilegal de salários de funcionários de gabinetes —, por exemplo.

O UOL procurou o presidente Jair Bolsonaro, por meio da assessoria do governo, para perguntar a razão da preferência da família pelas transações em dinheiro, mas ele não se manifestou.