Em entrevista coletiva à imprensa neste domingo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Passos, falaram sobre a investigação conduzida pela PF para identificar e prender os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
A investigação da PF está detalhada em 497 páginas e aponta que a vereadora foi morta por conta de disputa territorial com milícias do Rio, ligadas aos irmãos Brazão. Marielle tinha como intenção na Câmara de Vereadores do Rio destinar territórios para implantar moradias sociais, enquanto que os Brazão queriam utilizar terras para o setor fundiário em favor das atividades ilícitas das milícias.
Já Rivaldo Barbosa, foi preso por atrapalhar as investigações sem solucionar o caso, uma vez que teria recebido alta quantia em dinheiro para atrasar o inquérito policial da Polícia Civil carioca, a qual ele era chefe na ocasião do crime. O que revela a ligação das milícias e policiais corruptos que prejudicam a instituição Polícia Civil.
Os presos passaram por audiência de custódia – de maneira remota – na sede da PF no Rio, fizeram exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e serão encaminhados para a Penitenciária Federal de Brasília.
Domingos é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ); Chiquinho é deputado federal pelo União Brasil — e por isso tinha foro especial; Rivaldo era chefe da Polícia Civil à época do atentado e hoje é coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição.
Domingos foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018, e chegou a depor no caso 3 meses após o atentado.
Os Brazão sempre negaram envolvimento no crime. Ubiratan Guedes, advogado de Domingos, declarou “ter certeza absoluta” de que seu cliente é inocente.
O advogado de Rivaldo Barbosa, Alexandre Dumans, disse que seu cliente não obstruiu as investigações: “Ao contrário. Foi exatamente durante a administração dele que o Ronnie Lessa foi preso”, afirmou o advogado.