O Ministério Público Federal pediu o afastamento do diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, por 90 dias.
No pedido, o MPF alegou que Vasques fez uso indevido do cargo. Além disso, os procuradores afirmam que o diretor pediu votos irregularmente para o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial de 2022.
“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público.
O pedido do MPF relembra, ainda, a atuação da PRF no dia do segundo turno das eleições, quando eleitores foram parados quando estavam indo votar. A situação aconteceu, principalmente, no nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levava vantagem sobre o adversário.
“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, argumenta o MPF.