O fluxo de atendimento e manejo dos casos suspeitos de Monkeypox, popularmente conhecido como varíola do macaco, foi discutido em um encontro promovido pela Prefeitura da capital paraense, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, a Sesma.
Os participantes do encontro que aconteceu no última sexta-feira, 19, foram profissionais que atuam na atenção básica, de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e unidades do sistema de urgência e emergência. O treinamento faz parte da implantação dos novos fluxos de atendimento que serão implementados a partir desta próxima semana.
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA E PROTOCOLOS
Os profissionais também conheceram em detalhes as características da doença e os protocolos usados na assistência em saúde. Foi o momento de tirar dúvidas sobre como acolher os pacientes que chegarem às unidades com sintomas da doença.
A professora associada de Infectologia e Virologia do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará (UFPA), Rita Medeiros fez um panorama geral sobre a varíola – erradicada em 1970 – e destacou a importância da vacina para controle da doença.
Ela também mostrou o atual cenário da Monkeypox no Brasil, com 2.893 casos confirmados até o último dia 16 de agosto, e informou que, no Pará, ainda não há casos de transmissão sustentável. Os casos confirmados até o momento foram registrados em pacientes que vieram de viagens de outros Estados.
A professora Regina Carneiro, titular do curso de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (Uepa), apresentou as principais características da Monkeypox e comparou com sintomas de outras doenças, como sífilis, herpes e varicela, que podem apresentar quadros semelhantes.
“É importante que vocês, que estão na ponta, fiquem atentos a essas nuances. Muitas vezes vamos lidar com situações que não são a Monkeypox, e cabe nós, profissionais da área, orientarmos as pessoas também”, frisou a professora.
Um dos pontos mais importantes apontados pelas professoras foi a necessidade de combater o estigma que envolve a Monkeypox. “Essa doença não deve ser associada a homens que fazem sexo com homens, como tem se falado erroneamente. Ela pode acometer qualquer um de nós”, reforçaram.
Novo fluxo
Após a apresentação das professoras, o diretor de Ações em Saúde da Sesma, Vitor Nina, apresentou o novo fluxo de atendimento e manejo que a Secretaria deve implementar a partir da próxima semana, incluindo a notificação de casos.
“Estamos reunidos aqui para estabelecer fluxos e discutir com a rede a melhor forma de prestar assistência diante desse novo possível cenário”, concluiu.
Com informações de Agência Belém