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Moradores de Barcarena denunciam contaminação de igarapés pelo minério caulim; mineradora confirma

Desde domingo (6), os moradores do distrito de Vila do Conde, em Barcarena, denunciam por meio de vídeo um vazamento de caulim – minério explorado pela empresa Imerys na região do nordeste do Pará há mais de 20 anos. Segundo a mineradora, houve um escapamento contendo pequenas quantidades do minério.

As imagens feitas pela população mostram igarapés, às margens da rodovia PA-483, com uma alteração na cor da água, a deixando esbranquiçada. Foram registrados boletins de ocorrência na delegacia da Polícia Civil do local. 

A prefeitura de Barcarena informou que o vazamento foi descoberto por volta das 15h do dia 6, próximo à ponte do rio Curuperé. O local do vazamento ainda não foi detectado, mas a possibilidade de rompimento de barragem já foi descartada. 

Segundo assessoria do Ministério Público Federal (MPF), ainda no domingo da denúncia foram acionados o Instituto Evandro Chagas (IEC) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Barcarena (Semade) para que fossem realizadas vistorias e coleta de material para análise da água do local. 

De acordo com a Semade, foi enviada uma equipe ao local para coleta de amostras da água em dois locais diferentes. A Imerys afirmou à Semade que “fará análise na planta topográfica, para verificar as cotas mais baixas, com o intuito de diagnosticar possíveis rupturas ou colapso das tubulações”.

A EMPRESA

A Imerys, de acordo com seu site oficial, está alocada no Brasil desde 1996 em três estados diferentes, sendo que a maior planta de beneficiamento de caulim do mundo está localizada no Pará, além de duas minas e um porto privado. O minério é extraído de minas no município de Ipixuna do Pará e é transportado por dois minerodutos até chegar a Barcarena, onde ocorre a exportação do produto.

Em nota, a mineradora disse que “registrou um escapamento de água utilizada na limpeza de tubulações, contendo uma pequena quantidade de caulim neste último domingo, por volta de 15h”

A empresa ainda afirmou que a situação está com uma investigação em curso para a descoberta da causa do vazamento e ainda explicou que o caulim se trata de uma argila branca encontrada no solo da região amazônica, é atóxico e amplamente utilizado na indústria de cerâmica e papel. Além disso, a Imerys confirmou que essa situação não tem relação alguma com as bacias de rejeito de minério, todas se encontram em plenas condições de segurança e operam de acordo com a legislação vigente.