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Motorista de Porsche estava a 136 km/h quando matou homem em acidente em São Paulo

O Porsche que colidiu com outro veículo e causou a morte de um motorista de aplicativo em 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, Zona Leste de São Paulo, estava a 136 km/h no momento do impacto. A informação foi revelada por um equipamento de segurança dentro do carro de luxo, que funciona como uma espécie de “caixa-preta”. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h.

Fernando Filho, o motorista do Porsche, também está sendo acusado de lesão corporal gravíssima por ter ferido seu amigo, Marcus Vinicius Machado Rocha, estudante de medicina, que estava no banco do carona. De acordo com o Ministério Público (MP), Fernando Filho assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade. A promotora Monique Ratton também o acusa de dirigir sob efeito de álcool, apesar de ele negar ter bebido. Testemunhas, no entanto, afirmam que ele estava embriagado.

LAUDO TÉCNICO

O Porsche envolvido no acidente possui um sistema chamado Porsche Stability Management (PSM), responsável pela estabilidade do veículo. Esse sistema forneceu os dados que revelaram a velocidade de 136 km/h no momento da colisão. A informação foi incluída no laudo técnico auxiliar do processo, realizado pela equipe de suporte da fabricante alemã.

Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo. — Foto: Reprodução/TV Globo
Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo. Imagem reprodução: TV Globo.

Antes disso, a Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo havia estimado, com base em um laudo técnico, que o Porsche transitava a 156,4 km/h e desacelerou para 114,8 km/h antes do acidente. Esses dados foram obtidos a partir da análise de vídeos de câmeras de segurança.

O Ministério Público e a defesa de Fernando Filho debaterão na Justiça qual velocidade será considerada oficial: 114,8 km/h, conforme o Instituto de Criminalística, ou 136 km/h, segundo a fabricante Porsche. Em entrevista ao programa “Fantástico” e em depoimento no 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, Fernando Filho afirmou não ter corrido com o Porsche, mas não soube precisar a velocidade. Testemunhas, entretanto, relataram que o carro estava em alta velocidade.

AUDIÊNCIA E PROCESSO JUDICIAL

Fernando Filho está preso preventivamente na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, e será interrogado em audiência por videoconferência no dia 2 de agosto. A primeira audiência do caso ocorreu na última sexta-feira (28), no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, presidida pelo juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri. Foram ouvidas 17 das 25 testemunhas previstas, entre acusação e defesa. Essa fase de instrução visa determinar se há indícios suficientes para levar Fernando Filho a julgamento popular.

Fernando Sastre matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Imagem Reprodução.

FRAUDE PROCESSUAL

A Justiça de São Paulo determinou que a Polícia Civil abra um novo inquérito para investigar se parentes de Fernando Filho cometeram fraude processual. Testemunhas afirmam ter visto familiares retirando bebidas alcoólicas do Porsche logo após o acidente, antes da chegada da perícia.

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