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MoviMente | A fé influencia a saúde mental? Psicóloga Juliana Galvão fala sobre o tema

Mês de outubro em Belém e a gente sente o que? Cheiro de maniçoba! Que delícia! Outubro é círio, época importante e cheia de significados. Para além da religião e/ou religiosidade, o “mês da Nazinha” proporciona muitas experiências. A cidade fica mais colorida e enfeitada. Os sons da rua são diferentes. Os cheiros, humm nem se fala (maniçoba, pato no tucupi e tantas delícias). E não tem jeito, o Círio mexe com a gente. O clima fica diferente nessa época. E aí podemos nos perguntar: a fé influencia a saúde mental?

Perguntamos na enquete do Instagram e muita gente afirmou que percebe a relação entre fé e vida emocional. A questão é: até que ponto essa é uma relação boa? Será que a fé pode prejudicar o equilíbrio da mente?

Especialistas em saúde mental concordam que a fé e o suporte oferecido por grupos religiosos podem auxiliar no manejo e tratamento de doenças mentais. Líderes religiosos ou praticantes de alguma religião podem ser uma ponte importante para alguém que esteja em angústia ou sofrimento psiquico, à medida que disponibilizam escuta, acolhimento e até encaminhamento à rede profissional que atua área de saúde mental. Além disso, a participação em grupos religiosos pode proporcionar um senso de pertencimento a quem esteja vivendo algum tipo de angústia, independente até do quadro de transtorno mental, o que auxilia no acompanhamento de saúde.

Outro aspecto positivo é o convívio social experimentado em instituições religiosas. A troca de experiências e a vivência de momentos com outras pessoas pode aliviar alguns sintomas para alguém que tenha uma dificuldade emocional.

Contudo, é essencial haver bom senso e entender que a prática da religião não irá substituir os recursos técnico-científicos previstos e indicados para os transtornos mentais. A religião não substitui psicoterapia e nem remédios psiquiátricos, que são alguns dos recursos utilizados no tratamento de doenças de ordem emocional.

Não custa te lembrar o que já conversamos aqui outras vezes: Depressão não é falta de Deus, doença mental não é falta de oração.

A fé ou a religião podem ser importantes e facilitadoras na busca por saúde mental e qualidade vida, como um processo auxiliar e de suporte.

E te liga: se um líder religioso ou qualquer outra pessoa te orienta a não procurar um profissional e diz que vai curar “apenas” com a fé e oração, sem a necessidade de psicólogo ou psiquiatra, tome cuidado e denuncie. Podes registrar um boletim de ocorrência ou mesmo denunciar nos conselhos regionais das profissões, como o de Psicologia (CRP 10) que atende os estados do Pará e Amapá.

Se cuidem e até a próxima.

MAIS CONTEÚDO

Ouça o podcast da psicóloga Juliana Galvão no Spotify clicando aqui.

Juliana Galvão
Psicóloga
CRP 10/3645