Ah o carnaval, que delícia! Para muita gente é uma época de pura curtição. Fantasia, bloquinho, glitter, flerte, beijo na boca… Provável que as pessoas se sintam mais livres para aproveitar o momento. Pessoas livres, corpos livres… É importante lembrarmos que a liberdade deve ser para todos.
Infelizmente ainda vivemos num país machista e é possível perceber isso também no momento da folia. Basta acompanharmos a incidência de assédio e importunação sexual contra as mulheres neste período. E cuidar disso é um problema de todos nós.
Entender que roupa nenhuma é convite, “não é não” (inclusive quando não se diz com palavras) é algo óbvio, mas que ainda precisa lembrado e debatido. E mais: a mulherada que curte a folia precisa lidar com riscos, tais como estar desacompanhada ou estar em lugares de maior vulnerabilidade.
Manas, não desistam de curtir o bloquinho. Que tal observar algumas dicas para aproveitar com mais segurança?
- Rede de apoio: estar acompanhada de amigos e pessoas de confiança, evitando estar sozinha é importante. Quem sabe até combinar uma senha de segurança com os amigos (um gesto que sinalize um desconforto);
- Lugares estratégicos: ficar perto da equipe que cuida da segurança do evento ou mesmo polícia, viatura também é uma boa;
- Atenção aos sinais de desconforto: a importunação sexual consiste no desconforto sentido após o outro expressar um desejo. É subjetivo. Apenas você pode identificar o que lhe incomoda (se é um flerte ou não). Então, cuidado para não aceitar o inaceitável. Ao sinal de desconforto à investida de alguém, sinalize ou peça ajuda, se for o caso;
- Canais de ajuda: Por telefone há duas vias – 180 é o número da Central de Atendimento à Mulher, funciona 24h por dia e atua no registro e recebimento de denúncias, além de disponibilizar informações sobre os direitos da mulher em situação de violência. Já no 190 o contato é com a Polícia Militar, logo, em algumas situações pode ser o meio mais rápido de respostas.
É aquele tipo de situação que espero que não aconteça, porém, se acontecer: denuncie!
Bom carnaval para todo mundo!
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Juliana Galvão
Psicóloga
CRP 10/3645