Nesta segunda-feira, 19, o Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão da candidatura de Pablo Marçal do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB-SP), à Prefeitura de São Paulo.
O pedido ocorreu após uma representação realizada pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a partir de reportagens veiculadas na imprensa, no qual, acusava o empresário de cooptar colaboradores “para disseminação de seus conteúdos em redes sociais e serviços de streaming que, com olhos voltados para as eleições, reveste-se de caráter ilícito e abusivo”. A ação ainda solicita que sejam investigadas as práticas que podem se encontrar como abuso de poder econômico.
Segundo o promotor eleitoral, Fabiano Augusto Petean, declarou neste sábado, 17, que a pré-campanha de Marçal estimulava eleitores a engajarem postagens nas redes sociais ao seu favor em troca de promessas de pagamentos. “Ao estimular o eleitorado a propagar as mensagens eleitorais pela internet, o candidato, sem declarar a forma de pagamento e computar os fatos financeiramente em prestação de contas ou documentações transparentes e hábeis à demonstração da lisura de contas, aponta para uma quantidade financeira não declarada, não documentada e sem condições de relacionamento dos limites econômicos utilizados para o ‘fomento eleitoral’ de tais comportamentos, desequilibrando o pleito eleitoral”, disse.
Os vídeos em questão já foram vistos mais de 825 milhões de vezes no YouTube e TikTok até o último domingo (18). As contas que divulgam os vídeos somam mais de 8,1 milhões de seguidores apenas nas duas redes sociais.
No TikTok são mais de 500 milhões de visualizações em 6,5 mil vídeos de Marçal. No YouTube, foram 315 milhões de visualizações em 7 mil vídeos. Em média, cada vídeo foi visto mais de 10 milhões de vezes.
Entenda o que aconteceu
Neste sábado, 17, a Promotoria Eleitoral do Estado de São Paulo abriu uma investigação para apurar suposto abuso de poder econômico por Marçal, além de suspender o registro da candidatura.
Em caso de condenação, Marçal ficará inelegível por oito anos. Ademais, a decisão de seguir ou não a recomendação é da Justiça Eleitoral, no qual, ainda não houve manifestação sobre o processo.
Parecer movido pelo Partido Socialista Brasileiro, de Tabata Amaral – Em documento, foi denunciado à justiça que seguidores de Marçal são remunerados por compartilharem trechos de vídeos do empresário nas plataformas do Instagram e TikTok.
Incentivo aos seguidores – Nos vídeos, Marçal incentiva os seguidores a se cadastrarem em aplicativos de corte de vídeos e afirma que haverá remuneração àqueles que tiverem mais visualizações.”Deve ter aí no mínimo uns 300 alunos meus ficando ricos sem colocar a imagem deles, só pondo a minha. O que você faz? Você pega o corte de uma coisa muito forte que eu estou fazendo, lança esse corte, e se você for bem-sucedido, a minha equipe vai te chamar para uma parceria”, disse o candidato durante palestra. O caso foi revelado pelo jornal O Globo.
Quando procurado, Marçal negou que ele próprio tenha financiado os cortes, apesar das gravações com as falas. “Não há financiamento nenhum por trás disso, nem na pré-campanha, nem na campanha. Isso é só uma tentativa desesperada do bloco da esquerda, MDB, PSB, PT e PSOL, de tentar frear quem realmente vai vencer as eleições. Essa manobra só reforça o medo que estão do efeito Marçal, mas eles não vão nos parar”, disse ele em nota à imprensa.
*Matéria realizada com informações dos Portais UOL Notícias, O Globo, Brasil de Fato e Metrópoles.