O Ministério Público do Trabalho fez pedido à Polícia Federal para que investigue Eduardo Torres, irmão da primeira-dama Michelle Bolsonaro, por falso testemunho no depoimento que ele prestou durante o escândalo dos casos de assédio moral e sexual cometidos dentro da Caixa Econômica Federal pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães.
Na peça o nome do irmão da primeira dama não aparece mas, de acordo com o portal Metrópoles, trata-se de Eduardo. O procurador Paulo Neto pede o envio de uma parte dos autos da Justiça à Polícia Federal que constam o falso testemunho cometido pelo então fotógrafo do ex-presidente da Caixa.
No depoimento prestado por Torres ao Ministério Público Federal, ele afirma não ter conhecimento sobre os episódios de assédio que envolvem Guimarães. Pelo contrário, o irmão de Michelle reitera a defesa ao ex-presidente da Caixa dizendo que o tratamento dado às mulheres era o mesmo recebido pelos homens. “Na maioria das vezes dava um abraço apertado nos homens, abraço lateral; e nas mulheres era abraço lateral”, afirmou Eduardo.
Porém, uma outra testemunha do caso confirmou que Eduardo Torres tinha sim conhecimento dos fatos e inclusive que ele já havia feito comentários a respeito do comportamento de Pedro Guimarães.
O procurador embasa o pedido que faz à Justiça lembrando que, antes de depor, Eduardo foi informado de que estaria obrigado a falar a verdade. Além disso, ele estava junto com um advogado, o que derrubaria a alegação de que Torres não sabia dos riscos de uma mentira no depoimento.
Eduardo Torres é próximo do presidente Jair Bolsonaro, inclusive ele foi candidato a deputado distrital neste ano pelo Partido Liberal (PL), o mesmo do atual chefe do Executivo, porém não conseguiu se eleger.