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MPF pede que ministério apresente casos de abusos infantis no Marajó relatados por Damares

O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) solicitando que sejam apresentados os casos relatados pela ex-ministra da pasta, Damares Alves, durante discurso na Assembleia de Deus de Goiânia, no último sábado, 8.

Damares Alves. Foto: Reprodução.

O MPF informou que o ofício foi enviado para a secretária executiva do Ministério, Tatiana Barbosa de Alvarenga. No pedido, foi solicitado que o MMFDH “apresente os supostos casos descobertos pelo ministério, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para que sejam tomadas as providências cabíveis”. Na nota, o MPF informou, ainda, que pediu que o MMFDH “informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia”.

ENTENDA O CASO

No último sábado, 8, a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF), fez discurso polêmico e cheio de falas fortes em um culto na Assembleia de Deus.

Discurso de Damares foi feito em um culto. Foto: Reprodução.

Em um pronunciamento feito na Assembleia de Deus em Goiânia, Damares afirmou ter provas de crianças sendo traficadas da Ilha do Marajó. “Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de três, quatro anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, afirmou. 

Damares disse, ainda, que as crianças só comem comidas pastosas “para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”. Entretanto, a ex-ministra de Bolsonaro não disse, em nenhum momento, quais atitudes foram tomadas após as “descobertas” feitas pelo governo.

Ainda no discurso, Damares afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vive uma “guerra espiritual” contra a imprensa e instituições públicas como Ministério Público e Supremo Tribunal Federal. “A guerra contra Bolsonaro que a imprensa levantou, que o Supremo levantou, que o Congresso levantou, não é uma guerra política, é uma guerra espiritual”, declarou.