A 29ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP29) teve início nesta segunda-feira (11) em Baku, Azerbaijão, com um forte apelo por ação climática urgente. Em discurso de abertura, o presidente da conferência e ministro da Ecologia do Azerbaijão, Mukhtar Babaiev, pediu maior compromisso das nações para enfrentar a crise climática que já afeta o planeta. “Estamos a caminho da ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Precisamos muito mais de todos vocês. A COP29 é um momento da verdade para o Acordo de Paris”, afirmou Babaiev.
COP 29
Assinado em 2015, o Acordo de Paris busca limitar o aquecimento global a menos de 2°C até o final do século, com esforços para restringir o aumento a 1,5°C. No entanto, as metas acordadas estão ameaçadas pela falta de financiamento suficiente para adaptação e mitigação climática. Desde a COP15, em 2009, foi estabelecido que os países desenvolvidos deveriam destinar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar as nações em desenvolvimento. Esse fundo, no entanto, não se concretizou conforme o prometido, e especialistas apontam que o montante agora precisaria ser pelo menos dez vezes maior para enfrentar a crise.
Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, reforçou a necessidade de reformar o sistema financeiro global e incentivar uma cadeia produtiva sustentável com maior investimento em energia renovável. Ele destacou que o financiamento da luta climática “não é caridade, e sim do interesse de todos, incluindo as nações mais ricas e maiores”.
O cenário, contudo, é incerto com relação ao apoio dos Estados Unidos. Com a recente eleição de Donald Trump, que historicamente demonstrou pouca prioridade para a agenda climática, há temores de que o país se afaste novamente dos compromissos climáticos, como fez durante seu mandato anterior, ao retirar os EUA do Acordo de Paris e priorizar investimentos em combustíveis fósseis.
A COP29 se revela como um momento decisivo para os acordos climáticos globais, com líderes mundiais e especialistas pressionando por um avanço significativo no combate à crise climática e na criação de soluções econômicas sustentáveis que envolvam tanto os países mais ricos quanto os mais vulneráveis.