Nesta segunda-feira, 12, a Nasa divulgou novas imagens de satélite que mostram as colunas de fumaça geradas pelos incêndios florestais na Amazônia. As imagens, capturadas pelo mesmo satélite utilizado pelo Brasil para monitorar a atividade de fogo, destacam focos significativos nos estados do Pará e Amazonas. Esses incêndios têm afetado severamente 22 municípios, incluindo a capital, Manaus, que está coberta pela fumaça.
O governo do estado do Amazonas implementou uma proibição de 180 dias para qualquer prática de fogo, tanto para atividades agrícolas quanto para queimadas controladas, como parte das medidas para controlar a situação.
A Nasa observou um nível “fora do comum” de incêndios na Amazônia em julho, um mês que estabeleceu recordes de duas décadas com mais de 11 mil focos registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento de 93% em relação aos 5.772 focos registrados em julho do ano passado e um crescimento de 111% em relação à média dos últimos 10 anos, que é de 5.272 focos.
O monitoramento das queimadas é realizado por meio de sensores infravermelhos, e a Nasa aponta que a intensidade e a persistência dos incêndios, juntamente com o tipo de vegetação queimada, indicam que a maior parte da atividade registrada está associada ao desmatamento na região.
“O instrumento MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) a bordo do satélite Aqua da NASA capturou esta imagem de fumaça de incêndios sobre os estados do Amazonas e Pará em 4 de agosto de 2024. Uma densa fumaça estava presente na região de Apuí, no Amazonas, e ao longo da rodovia BR-163 no sul do Pará. Plumas triangulares fluíam de áreas de desmatamento recente — geralmente adjacentes a estradas secundárias da rodovia principal que criam um “padrão espinha de peixe” de terra limpa quando vistas de cima. As terras desmatadas nesta área são geralmente usadas para pecuária e produção agrícola”.
Incêndios florestais na Amazônia
O desmatamento na Amazônia subiu em julho em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o Inpe. Contudo, de agosto de 2023 a julho de 2024, o desmate na região caiu 45,7%. Trata-se da maior queda proporcional já registrada para o período. A área sob alertas (4.314,76 km²) é a menor da série histórica iniciada em 2016.
Nos 12 meses, houve retração em cinco dos nove estados Amazônia Legal: de 63% em Rondônia; 58% no Amazonas; 54% no Acre; 52% em Mato Grosso; e 47,7% no Pará.