Nesta quarta-feira, 10, o jornal Estado de São Paulo revelou com exclusividade que o General Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), recebeu, em dois meses, R$ 926 mil em salários durante o auge da pandemia de covid-19.
A denúncia foi feita pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que reuniu informações que são publicadas no Portal da Transparência. Além de Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos, atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, também receberam vencimentos de valores significativos no mesmo período.
Além dos três acima citados, a denúncia de Vaz mostra que outros militares, de escalões menores, mas com posições de destaque dentro do governo Bolsonaro, também receberam valores acima do teto constitucional.
926 MIL REAIS
De acordo com o levantamento feito pelo deputado do PSB, Braga Netto teria recebido 120 mil reais em um único mês apenas como remuneração de suas férias. O valor faz parte dos 926 mil recebidos pelo General, que ainda recebeu 31 mil reais de salários em março e junho. Além disso, de acordo com o próprio Exército, o candidato à vice-presidência ainda recebeu ‘adicionais não recebidos ao longo da carreira’.
Quem também recebeu cerca de 1 milhão de reais entre março e junho, durante a pandemia, no governo de Jair Bolsonaro foi Bento Albuquerque. Já Luiz Eduardo Ramos recebeu o montante de 731 mil reais entre agosto e setembro do mesmo ano, ocupando o cargo de Secretário de Governo. Vale lembrar que, uma vez que são militares, seus salários regulares giram em torno de 35 mil.
Elias Vaz afirmou que espera uma explicação por parte do Ministério da Defesa. “Queremos ver se os pagamentos estão dentro do princípio da moralidade pública. Professores, médicos e o pessoal de outros ministérios não recebem esse tipo de coisa”, afirmou o deputado para o jornal Estado de São Paulo.
A respeito de todos os casos citados, as Forças Armadas afirmaram que todos os pagamentos estão dentro das normas legais. Braga Netto e Bento Albuquerque não se pronunciaram sobre o assunto. Ramos, por sua vez, afirmou que os valores recebidos são de ‘caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva’.
