Em uma reunião no Ministério Público Federal (MPF) entre indígenas Kayapó e representantes da Norte Energia, advogados da empresa apontaram que “não tinham poderes para negociar” com a comunidade tradicional. Os Kayapó protestaram na última terça-feira, 26, por conta do abandono de projetos que iriam reduzir os impactos ambientais causados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, operada pela empresa.
Durante a reunião, os representantes da empresa teriam afirmado que os funcionários estariam com medo dos Kayapó, o que teria sido apontado com “racismo explícito” pelos indígenas. Em processo legal, a comunidade tradicional move uma ação judicial para a reintegração de posse, com pedido de tutela de urgência para áreas que estão abandonadas pela empresa privada.
Ainda durante a reunião, o representante da Norte Energia teria apontado que a presença dos indígenas no estacionamento da empresa causaria “perturbação psicológica” aos funcionários da NESA, o que teria sido apontado pelo advogado da comunidade, Melillo Dinis, como “manifestação de preconceito”.
O encontro foi realizado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na manhã desta terça em Altamira e contou com a participação dos Kayapós, Eletrobrás e da Norte Energia.
PROTESTO E OCUPAÇÃO
Na última terça-feira, 26, indígenas Kayapó ocuparam a sede da Norte Energia em Altamira, por conta do abandono de projetos como a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, iniciada em 2012, pela empresa Norte Energia, alegando que projetos importantes para a manutenção ambiental foram abandonados.