Tem coisas que depois que a gente começa, fica se perguntando: Por que não comecei antes? Talvez, se você experimentar colocar o jejum intermitente na sua vida, você se faça essa pergunta após jejuar pela primeira vez.
A pauta não é nova, e virou tema recorrente nas redes sociais e nos consultórios de profissionais da nutrição. Mas aqui vamos fazer um recorte especial sobre o jejum e o nosso processo de envelhecimento. O jejum é bom ou ruim para o processo de envelhecimento? O jejum é bom ou ruim para a pessoa idosa?
A velhice nunca foi tão estudada. Já tem até um campo específico de pesquisa e atuação que a gente chama de GEROCIÊNCIA, que está avidamente pesquisando os mecanismos genéticos e celulares relacionados ao envelhecimento. E o Jejum é a estrela na maioria dos estudos e uma quase unanimidade quando o assunto é desacelerar o processo de envelhecimento.
Se você não é idoso ou idosa, o vídeo também serve pra você, afinal se o jejum for bom para a pessoa idosa desacelerar o processo de envelhecimento, você vai querer também jejuar. Então vamos deixar de lado alguns benefícios já comprovados do jejum, como perder peso, prevenir diabetes e pressão alta, reduzir colesterol, melhorar a imunidade, porque tudo isso são benefícios do jejum. Mas nessa matéria vamos falar de um processo específico que acontece durante o jejum chamado de autofagia, que é um processo onde as células comem a si mesmas, fazendo uma verdadeira faxina, uma limpeza celular. Quando esse processo de autofagia está estimulado a gente acaba tratando do envelhecimento e não das doenças que poderiam surgir causadas pelo envelhecimento. E se você está pensando em Alzeheimer, pensou certo.. Nesse processo de faxina, de limpeza celular, as proteínas danificadas que estão no nosso corpo acabam sendo devoradas por células saudáveis eliminando-as. Então aquelas proteínas defeituosas, que estão ligadas ao alzheimer acabam sendo comidas. Não que o jejum cure o Alzheimer, mas pode ajudar com que os sintomas só surjam mais tardiamente.Mas o foco da matéria não é o Alzheimer, mas como o jejum atua no nosso processo de envelhecimento.
Existem muitos estudos que trazem evidências bem robustas sobre os efeitos positivos do jejum desacelerando o processo de envelhecimento. Alguns poucos estudos vão para o outro lado, afirmando que o jejum envelhece, mas esses estudos basearam sua premissa dizendo que isso acontece se você sair do jejum para uma dieta rica em calorias de uma forma abrupta. Em contrapartida, uma pesquisa do New England Journal of Medicine diz com todas as letras que o jejum afeta indicadores de saúde, retardando ou revertendo o envelhecimento e algumas doenças.
A Gerociência, essa nova ciência que estuda em particular o processo de envelhecimento, é algo de 7, ou 8 anos, portanto ainda muito nova e pela primeira vez estão pesquisando não as doenças da velhice, mas como se dá o processo de envelhecimento, porque é ele que é denominador comum de todas as doenças da velhice. Retardando o envelhecimento ou revertendo-o, as doenças só vão aparecer lá na frente, coisa que só os supercentenários experimentam. E o que os supercentenários têm em comum? Mesmo bem idosos, o processo de autofagia deles continua alto. Vivem saudáveis até os 110 anos e depois, em dois meses, algumas doenças aparecem e eles morrem. Vamos combinar, quem não quer isso pra si? Viver muito, vivendo bem, com autonomia e independência, vivendo de forma funcional, daí em dois meses partir. E só relembrando que estimula a autofagia? o Jejum. Por isso a indústria farmacêutica já está pesquisando fármacos que possam estimular a autofagia sem precisar fazer jejum, mas jejuar faz isso de forma orgânica.
Então a ciência está no caminho de dizer que sim: jejuar é saudável e faz você prolongar sua vida, e sim, se você já é uma pessoa idosa e nunca jejuou, você também pode começar a jejuar depois de velho ou velha, caso você não tenha nenhuma contra-indicação. É importante sempre buscar profissionais de nutrição para desenvolver um planejamento adequado para a sua fisiologia.
Esse velho hábito, até bíblico, começa a fazer parte da rotina de muitos de nós, trazendo mais saúde e longevidade no nosso inevitável processo de envelhecimento.