As obras do Estádio Mangueirão estão com 90% dos serviços já concluídos. Sob a gerência da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDOP), o espaço vem recebendo trabalhos de reconstrução, ampliação e modernização de alto padrão desde 24 de fevereiro de 2021.
Na terça-feira, 23, a Sedop recebeu a comissão de promotores do Ministério Público do Estado (MPE) para apresentar o andamento das obras, projetos de segurança e conforto do estádio para o público. Os promotores percorreram todo o estádio em uma visita guiada para conhecer as instalações e entender o projeto executor.
Atualmente, com mais de 1.400 trabalhadores atuando em três turnos, os serviços se concentram nos níveis das cadeiras, arquibancadas e no térreo. Já o gramado teve o plantio iniciado no mês de maio, e segue com aplicação de fertilizantes para o crescimento saudável, bem como já recebeu seu primeiro corte educativo para o crescimento homogêneo. Além disso, a estrutura de um dos placares eletrônicos já está montada.
O projeto prevê, além de melhorias técnicas, ações de sustentabilidade, como a instalação de células fotovoltaicas em toda a cobertura e sistema de aproveitamento de água da chuva.
I A REFORMA?
A última grande reforma do Estádio Olímpico do Pará foi em 2002, na instalação dos anéis centrais. Uma das grandes mudanças na atual empreitada, será a ampliação da capacidade de 35 mil para 50 mil espectadores, já que devido às condições iniciais e o risco de segurança, o espaço não permitia que o número total de 45 mil fosse ocupado. A obra também segue com serviços de terraplenagem na área externa do estádio para o acesso ao novo estacionamento, que será ampliado de 1.400 para mais de 7.000 vagas para veículos.
O projeto em execução está atendendo a todos os padrões exigidos pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para garantir a realização de grandes e importantes eventos de nível nacional e internacional, com segurança, conforto e funcionalidade também para shows, congressos e outras atividades, tornando-se, de fato, uma arena multiuso.
O Governador do Estado, Helder Barbalho, já destacou que um dos principais objetivos na modernização do palco esportivo é atrair novamente a seleção brasileira de futebol, que não joga na capital paraense desde 2012.
VAI TER REXPA?
Em conjunto com o consórcio executor, a Federação Paraense de Futebol (FPF) e a diretoria do Paysandu Sport Clube, a SEDOP reavalia a reabertura do estádio. A data dependerá da tabela de classificação do clube na Série C do Campeonato Brasileiro, haja vista a possibilidade de realizar a última rodada do quadrangular final da competição no novo Mangueirão, que seria no dia 24 de setembro, data do último jogo do Paysandu no quadrangular final, contra a equipe do Vitória.
Caso o Paysandu altere a partida do Estádio Banpará Curuzu para o Estádio do Mangueirão, somente 25 mil torcedores terão acesso aos setores da praça esportiva. Dessa forma, somente o “lado b” do estádio, onde tradicionalmente ficam os torcedores bicolores, estará liberado para o jogo com o Vitória.
ESTRATÉGIA
O diretor do Estádio do Mangueirão, Maurício Bororó, explicou o motivo da liberação de apenas um lado da praça esportiva para o duelo entre Paysandu e Vitória.
“Só um lado será liberado. O Mangueirão ainda não está liberado, está tudo em obra. Mas, o jogo vai depender do Paysandu. O Secretario da Sedop, Ruy Cabral, esteve aqui e mostrou todo o trabalho para o Ministério Público. Será liberado apenas o “labo b”. Antes disso, será feita uma vistoria dos bombeiros, polícia militar, vigilância sanitária, para poder liberar o “lado b”. A capacidade será de 25 mil torcedores”, explicou.
Bororó disse ainda que, neste momento, a Seel está trabalhando na mobília das áreas internas do estádio, como vestiário, ambulatórios, salas onde ficam os órgãos públicos e de segurança. Ele contou ainda que o novo Mangueirão terá uma sede do Batalhão de Polícia Especial.
“A obra ainda está sob responsabilidade da Sedop. O que é de responsabilidade da Seel é a mobília de vestiário, sala de VAR, do Ministério Público, da Polícia. O BPE terá um quartel aqui dentro. Toda essa parte interna é com a Seel e já estamos trabalhando. Agora a parte estrutural é com a Sedop. Não falamos sobre isso. É direto com a Sedop”, pontou.
HISTÓRIA
O Mangueirão é um estádio olímpico, projetado pelo arquiteto Alcir Meira. Foi pré-inaugurado em 12 de fevereiro de 1978, como o jogo da Série A envolvendo Remo 2 x 0 Operário-MS, gols de Mego. Oficialmente, a inauguração foi em abril daquele ano, com a vitória da Seleção Paraense sobre a Seleção Olímpica do Uruguai por 4 x 0, com o atacante Mesquita abrindo o placar. Registre-se que, em 1971, quando só havia o gramado e a geral, houve o amistoso infantil Paysandu 1 x 1 Remo, com o primeiro gol marcado pela bicolor Iran. A primeira reforma do Mangueirão terminou em 2002, quando o Paysandu fez sucesso na Copa dos Campeões que o levou à Libertadores. O recorde de público do Mangueirão foi consignado em 1979, na estreia do Dario no bicolor: Paysandu 1 x 1 Remo, diante de 65 mil torcedores.