Qual menina nunca sonhou em comemorar o aniversário de 15 anos com uma festa de princesa? Com a adolescente Élida Sousa não foi diferente. A jovem ganhou a celebração que sempre quis na última semana, no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará.
Por conta de uma neuropatia congênita, ela mora na unidade desde os seis meses de vida e a equipe do hospital se mobilizou para garantir tudo o que Élida tinha direito na data especial: vestido, coroa de princesa, maquiagem, bolo, decoração especial, música, além de todos os familiares e amigos reunidos.
“Fiquei muito feliz por ver a felicidade dela. Essa festa foi a realização de um sonho para ela, e toda a equipe multiprofissional se esforçou para que desse certo. Técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, enfermeiros, humanização, todos nós unimos forças para conseguir realizar esse sonho dentro das possibilidades da atenção hospitalar. Graças a Deus, foi tudo muito lindo”, afirmou a enfermeira Kerolaine Santos, que já cuida da Élida há dois anos.
O local de refeição do hospital foi todo decorado para o evento. A festa contou com copos temáticos, docinhos, dois bolos, máquina de fotos instantâneas e muito mais, fruto de doações para que o momento fosse o mais especial possível. Élida teve também toda uma equipe de cerimônia voluntária trabalhando para que tudo ocorresse como ela queria na comemoração de 15 anos.
“Teve tudo o que uma festa de 15 anos tem direito. Nós tratamos esse momento com todo o carinho para que a Élida vivesse mesmo esse aniversário. Apenas adaptamos tudo à realidade de um hospital. Ela tem o dom de cativar as pessoas. Quando fomos buscar parceiros para realizar essa festa, foi fácil conseguir voluntários e todos os serviços necessários. A gente sabe o quanto essa festa era importante para ela”, explicou a cerimonialista Sabrina Tainá Lavor Monteiro.
O padre Jucivaldo Peixoto, da Pastoral Hospitalar da Arquidiocese de Santarém, abriu a cerimônia com uma oração e aproveitou o momento para homenagear a jovem. Ele faz visitas aos pacientes internados no HRBA e conhece bem a história da adolescente e de toda a família dela.
Élida ainda ouviu várias outras homenagens, como da diretora administrativa financeira do hospital, Karla Cajaíba, além de colaboradores e ex-colaboradores que convivem ou conviveram com a paciente.
O estudante Riquelme Andrade é de Prainha, também no oeste paraense, e viajou até Santarém para os 15 anos. Eles são melhores amigos há 10 anos, desde que o jovem realizou um tratamento de câncer na unidade. E hoje, mesmo distantes, a amizade continua muito forte.
“Ela me avisou há um mês da festa, mas eu disse que não ia conseguir vir. Fiz surpresa mesmo. Quando estava em tratamento, a mãe dela, Eda, acolheu a mim e à minha família muito bem e isso nos aproximou bastante. Foi aí que eu conheci a Élida e, desde então, somos amigos. A gente ainda se fala praticamente todos os dias”, contou o estudante.
Humanização – A realização dos 15 anos da Élida faz parte de um trabalho de humanização desenvolvido pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas. Mais do que apenas tratar de doenças, a unidade preza por cuidar verdadeiramente das pessoas. “São 15 anos de luta, de vitórias. Ela tem uma trajetória muito bonita, realmente uma lição de vida. E eu tenho um orgulho muito grande de toda a nossa equipe por prestar esse nível de assistência. Uma assistência humanizada, carinhosa, e diria até amorosa”, explicou o diretor geral do HRBA, Éder Lúcio de Souza.
Para a aniversariante e para a mãe, Eda Ferreira, a palavra era gratidão a todos os envolvidos. “Foi maravilhoso. Era meu sonho e eu fiquei muito feliz por cada pessoa que pôde vir. Eu só tenho a agradecer. Foi do jeito que eu imaginava que ia ser”, contou Élida Sousa.
“O coração estava palpitando de emoção e nervosismo, mas saber o quanto ela estava feliz não tem preço. O Hospital Regional nunca me deixou na mão. Tudo o que é possível, sempre foi feito. Sempre cuidaram muito bem dela. E a gente vê o quanto a Élida é importante na vida de muita gente. É claro que a gente não queria que a festa fosse dentro de um hospital, mas as pessoas do HRBA também são a família dela, também fazem parte da nossa família”, concluiu Eda Ferreira.