Nesta semana, o BT Mais recebeu novos relatos sobre a falta de medicamentos de insulina basal nas redes municipais de saúde, em Belém. Desta vez, os pacientes que necessitam dos medicamentos diariamente relataram a ausência desde o dia 24 de junho.
Os remédios para o tratamento da insulina tipo basal/lenta são Lantus, Tresiba e Levemir, no qual são extremamente caros em farmácias comuns. A distribuição dos medicamentos são realizados pela Secretaria Municipal de Belém (SESMA), por meio do Centro de Especialidades Médico Odontológico (CEMO), no qual as faltas tem ficado mais frequentes nos centros de distribuição desde dezembro de 2023, voltando apenas em janeiro de 2024. Em seguida, faltou em fevereiro, retornando apenas em abril. Agora, a situação se repete.
Segundo a paciente Fernanda Uliana, nas farmácias especializadas é informado que não tem previsão da reposição dos medicamentos. As pessoas físicas não tem retorno pelos meios de comunicação disponibilizados da SESMA, como telefones e e-mails, por exemplo, o único contato que é repassado, da diretoria geral, não é atendido.
Como funciona
A insulina basal é de tipo prolongada para manter os níveis de glicose no sangue estáveis durante períodos de jejum e entre as refeições, durante à noite, além de ser de ação lenta e intermediária. O Centro informa que apenas tem à disposição a insulina rápida (insulina NovoRapid).
O fornecimento dos medicamentos é garantido por meio da Lei nº11.347/2006, no qual o procedimento da gestão municipal é através da solicitação administrativa.
A insulina de Ação Rápida está sendo realizada pelo Estado do Pará, e que segundo Fernanda, não houve falta dos medicamentos para pessoas cadastradas pelo Governo Estadual. No entanto, a distribuição da insulina tipo basal é pela SESMA e, segundo denúncias de pacientes, constantemente apresenta falta desses remédios.
A ausência de insulina no organismo a longo prazo causa diversos danos e comorbidades, fazendo com que a qualidade de vida e bem-estar também sejam prejudicadas. Logo, torna-se de extrema importância que esses medicamentos estejam nos pontos de distribuição.
No dia 9 de julho, a Redação do BT Mais solicitou uma nota para Sesma sobre a previsão do recebimento e distribuição de insulina na capital paraense, no entanto foi informado que a entrega dos medicamentos seriam no prazo de 15 dias. Nesta quinta-feira, no dia 25 de julho, o BT Mais solicitou novamente um posicionamento do órgão público, porém a Sesma afirmou o prazo de espera de mais 15 dias úteis, leia na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que a aquisição de insulinas de ação rápida e lenta está em fase de regularização. A Sesma aguarda a entrega pelo fornecedor dentro do prazo de 15 dias úteis para que o medicamento seja disponibilizado aos pacientes.
A Sesma destaca que adota uma abordagem preventiva na programação da aquisição de insulinas análogas, tanto de ação rápida quanto de ação lenta, iniciando os processos de compra com mais de seis meses de antecedência. Além disso, as solicitações de empenho e contrato dos itens são feitas enquanto ainda há estoque suficiente para atender a rede de saúde. No entanto, entre a solicitação dos itens e a entrega, podem surgir várias situações imprevistas, como falta de matéria-prima no mercado, pedidos de reequilíbrio de preços e atrasos na entrega“.