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Pacientes diabéticos sofrem sem insulina em Belém

Mais uma vez, pacientes que precisam de insulina no Cemo –  Centro de Especialidades Médico Odontológicas (CEMO), em Belém, reclamam que o hormônio está em falta desde fevereiro e sem previsão de novas remessas.

Segundo os denunciantes, está em falta no centro insulinas do tipo basal, das marcas Tresiba, Lantus e Levemir. A insulina basal é de tipo prolondada para manter os níveis de glicose no sangue estáveis durante períodos de jejum e entre as refeições, durante à noite, além de ser de ação lenta e intermediária.

“No momento, a distribuição de insulinas deste tipo (basal) ocorre somente na farmácia especializada sa prefeitura de Belém, no Cemo. A falta do medicamento vem sendo observada desde meados da primeira quinzena de fevereiro, momento em que os usuários procuraram a farmácia especializada para recebimento da medicação, e foram informados que a mesma está em falta”, afirmam os denunciantes.

Ainda segundo os pacientes, no contato do Cemo via Whatsapp, consta a informação que no órgão há apenas a insulina análoga, de ação rápida, da marca apidra, para pessoas adultas diabéticas do tipo 1 e 2. Em contato telefônico, o Centro repassa aos usuários que não há previsão de quando irá chegar a medicação.

“Se faz de extrema importância para os portadores de Diabetes Mellitus tipo 1, essa insulina basal, uma vez que seu uso diário implica na promoção da qualidade de vida a curto e longo prazo para estes pacientes”, alerta com preocupação Fernanda.

A insulina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo para controlar os níveis de glicose no sangue, mas quando não se produz quantidade suficiente para esta função, como acontece com os diabetes, é necessário utilizar medicamentos com insulina sintética.

A insulina ajuda a normalizar os valores de glicemia, detectadas pelo exame de sangue, e a permitir que o diabético mantenha uma vida saudável e evite as complicações do diabetes, como retinopatia, insuficiência renal e infarto, por exemplo. Vale lembrar que a lei nº 11.347 de 2006, garante a distribuição gratuita de medicamentos e itens necessários, feitos pelo Sistema único de Saúde (SUS).

“Eu mantenho um pequeno estoque para esses momentos de falta de medicações no sus. Elas ocorrem com certa frequência, e eu já recebo a uns 14 anos minha medicação do SUS. Então meio que já sabemos como é. Atualmente, meu estoque praticamente já acabou, já estou recebendo doações de colegas diabéticos que tem algumas a mais, assim vamos nos ajudando, pois é um remédio de custo alto”, detalha Fernanda.

E completa, ao detalhar os gastos com a insulina para manter qualidade de vida:
“Existe mais de um tipo de insulina basal/lenta. Então o SUS pode fornecer qualquer uma delas para os usuários. A empresa que fabrica a insulina Tresiba, que só vende a caixa com 5 canetas (com 300 unidades de medicação, cada), e não vende quantidade maior. Então, quem quiser usar ela tem que pagar de uma vez os R$ 750. Cada caneta custa de R$ 120 a R$ 140 nas farmácias, eu uso 6 canetas por mês.

SOFRIMENTO

Fernanda pontua que os pacientes padecem com a longa demora para conseguir receber novas doses no Cemo.

“Essa é a negligência que a gestão municipal tem sobre nós, diabéticos tipo 1 que utilizam insulinas lentas aqui em Belém, pdecemos, estamos sempre à mercê. Não tem, não sabem quando terá, ninguém tem informação correta sobre a falta do remédio. Ligamos na Sesma e eles ficam passando de ramal por ramal, até desistirmos ou a ligação cair. No CEMO, que é apenas a farmácia que distribui pra gente o remédio, eles dizem que já efetuaram o pedido, a secretaria que ainda não mandou, e que eles não sabem o motivo da demora, nem previsão, e fica por isso”, critica.

O BT solicitou um posicionamento à Sesma sobre a falta de insulina aos diabéticos e aguarda retorno.