Na quarta-feira, 03, depois de ser preso pela Polícia Federal, como suspeito de participar de um esquema de falsificação de certificação de vacinação contra a Covid-19 e se beneficiar dele, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal e teria apresentado uma tentativa de golpe de estado. O ex-presidente Jai Bolsonaro, segundo a investigação da PF, também se beneficiou da prática para burlar normas sanitárias e entrar nos Estados Unidos.
Segundo a Veja, a conspiração foi relatada após a PF observar evidências de “tratativas para execução de um golpe de estado” e “tentativa de abolição violenta” do regime democrático. Contudo, os trechos transcritos por Moraes no mandado de prisão de Mauro Cid, por fraude em documentos do Sistema Único de Saúde, não detalham quais seriam os indícios ou provas disponíveis sobre o envolvimento dele e de Bolsonaro no plano de golpe de estado e indica apenas que os dois contavam com a colaboração de milícias digitais, como a ligação com facções do crime organizado de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Para a polícia, “seja nas redes sociais, seja na realização de inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19, ou no planejamento de um golpe de Estado, o elemento que une seus integrantes e está sempre presente, qual seja, a atuação no sentido de proteger e garantir a permanência no poder”.
“A milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores ‘resistirem’ na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal.”
“Os arquivos de áudio e capturas de tela de mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp” — prossegue — “evidenciaram a arquitetura do plano criminoso pelo grupo investigado. Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.”
O relato policial foi aceito pelo juiz, que deu prazo até a segunda-feira 3 de julho para apresentação das evidências.
COMO FOI O DEPOIMENTO DE CID?
Segundo o tuíte de Rede Marco, Cid ficou nervoso, falou pouco e apresentou a tentativa de golpe de estado aos policiais.
“Cid relatou que testemunhou propostas de golpe após o ex-mandatário ter perdido as eleições para o presidente. @LulaOficial Disse que havia pressões ao ex-presidente (que só ouvia atento e nada falava), para que ele “virasse o jogo” assinando 142 e, até, que encampasse um golpe para prender ministros do STF, com foco obviamente em Alexandre de Moraes Cid ENTREGOU que os golpistas foram um ex-ministro do ex-capitão e o bombadão preso Daniel Silveira”, afimou.
O CASO:
*Com informações de VEJA.