//

Pará está incluso em rotas de integração apresentadas pelo governo federal no Caribe

Na 46ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (CARICOM), da qual o Brasil participa como convidado especial, o governo brasileiro dá início à intensificação do diálogo sobre o projeto das rotas de integração sul-americanas, que foi desenhado a partir de uma escuta ativa aos 11 Estados brasileiros que possuem fronteira com os países da região.

O mapeamento resultou no desenho de cinco rotas de integração, que irão contribuir para o avanço das relações, sobretudo comerciais. A primeira dessas rotas, é a Rota da Ilha das Guianas, que inclui integralmente os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela. O MPO identificou no Novo PAC obras na região como o Linhão do Tucuruí e da rodovia federal BR-174 de Manaus até Boa Vista, além da expansão de fibra óptica nos estados do Norte brasileiros. 

Além da Rota da Ilha das Guianas, o projeto contempla outras quatro rotas. 

Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;

Rota do Quadrante Rondon, formado pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru;

Rota de Capricórnio, desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile; e

Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.

A abertura de novas rotas de integração permitirá não apenas reforçar o comércio do Brasil com seus vizinhos, como reduzir sensivelmente o tempo de comércio com a Ásia, especialmente para a produção agropecuária do Centro-Oeste e do Norte brasileiro. Nos últimos anos, embora o comércio do Brasil com o mundo tenha se intensificado e diversificado em relação aos anos 2000, as rotas de escoamento da produção e internalização de produtos importados mudou pouco.

Bancos de desenvolvimento celebraram acordo prevendo o aporte de R$ 50 bilhões (US$ 10 bilhões) na integração sul-americana: BNDES, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CAF-banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe e Fonplata. BNDES e CAF vão entrar com R$ 15 bilhões cada um, enquanto o BID vai aportar R$ 17 bilhões e o Fonplata, R$ 3 bilhões.

Os recursos do BNDES serão para projetos no Brasil e os demais bancos, prioritariamente, vão apoiar projetos nos demais países, mas também podem financiar obras no Brasil. No caso do Brasil, a maior parte das obras está no Novo PAC e terão recursos orçamentários.