Segundo o relatório 2022 da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Pará é o Estado da Amazônia Legal com maior número de casos de violência contra jornalistas, além de ser o terceiro do país com mais casos. Os índices foram baseados nos dados do Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), que registrou 21 situações de violência contra os profissionais da categoria.
Os dados também levaram o Sinjor a produzir o I Relatório de Violência contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa, que foi apresentado na última quinta-feira, 2, em parceria com a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Expressão da OAB.
O documento busca fornecer dados para criação de políticas públicas e provocar o desenvolvimento de ações nas empresas, que promovam o livre exercício do jornalismo e garantam segurança e proteção aos jornalistas.
Os dados mostram ainda que o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro foi o período em que os jornalistas brasileiros mais sofreram agressões desde 1982, quando o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) iniciou o mapeamento de violência contra o jornalismo. Descredibilizar a imprensa e incentivar a ação violenta de seus apoiadores, contra jornalistas, foram atitudes corriqueiras de Bolsonaro durante os quatro anos de mandato.
O documento também será distribuído para gestores públicos, órgãos de segurança, entidades de defesa dos direitos humanos, instituições de ensino e pesquisadores. Qualquer cidadão também poderá ter acesso ao documento virtual solicitando à entidade. A diretoria do Sinjor pretende ainda reunir com a Secretaria de Segurança Pública do Estado e articular, junto a parlamentares, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), para dar os devidos encaminhamentos para garantir segurança e proteção aos jornalistas no livre exercício profissional.