O Governo do Pará anunciou nesta segunda-feira, 6, a realização do primeiro transplante de fígado em um hospital da rede pública estadual 100% pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A paciente Ana Gabriela Mesquita Alves, de 42 anos, passou pelo procedimento no último dia 26 de fevereiro, realizado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém.
“Fizemos um investimento na capacidade do Hospital, e essa é uma parceria do Programa ProadSus com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que capacitou os nossos profissionais, e hoje nós temos a satisfação de colocar mais esse serviço à disposição da população”, disse o secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, durante o anúncio.
A logística para trazer o órgão durou mais de 10 horas e começou na noite de sábado, 25, quando foi verificada a viabilidade do órgão para a paciente de Belém.
O fígado foi implantado na paciente, que tinha o diagnóstico de hepatite autoimune, doença que a levou a desenvolver cirrose hepática, considerada incurável. Ana Gabriela estava inscrita na fila de transplante de fígado do Estado há três meses e, graças ao gesto solidário de um casal que autorizou a retirada dos órgãos da filha de 14 anos, que faleceu devido a um acidente vascular encefálico (AVE), agora Ana vai poder recuperar a saúde.
“Os primeiros dias depois do transplante na UTI foram difíceis, mas agora estou mais tranquila. Nasci de novo. Quero me restabelecer e seguir a minha vida, que foi interrompida. Me formei em Serviço Social, mas por conta da doença não pude trabalhar. Agora vou ter uma nova oportunidade de vida”, disse Ana Gabriela.
A paciente reforçou a importância da doação de órgãos. “Foram muitos anos doente, dentro de hospitais e UTIs. Até fui para Fortaleza (CE) tentar o transplante, mas não consegui e voltei para Belém. Hoje, agradeço muito a toda equipe que tornou esse transplante possível, e à família da doadora. Uma parte daquela pessoa vai ficar viva dentro de mim. Por isso, é muito importante falar sobre doação de órgãos e conscientizar todos sobre o assunto, para a família autorizar e salvar outras vidas”, frisou Ana Gabriela.