/

Paraense no Rio Grande do Sul relata realidade em meio à tragédia: “muito perigoso”

Paraense no Rio Grande do Sul

O paraense Diego Brito, que vive há cinco anos em Porto Alegre (RS) compartilhou com o bt como está sendo viver em meio à trágica realidade do estado, que enfrenta uma forte enchente nos últimos dias. Diego e a família, que preferiram não ter suas imagens divulgadas, vivem em uma área mais alta do bairro Sarandi, que teve uma parte alagada. O paraense está sem trabalhar, já que seu local de trabalho, que fica no bairro Navegantes, foi completamente alagado.

O torcedor do Paysandu conta que a cidade gaúcha está recebendo bastante doações de roupas e alimentos, o que tem ajudado a manter a população. Por outro lado, Diego conta que tem percebido o aumento da criminalidade. “Tentaram nos assaltar quando voltávamos de um dos pontos de doação, queriam nossos mantimentos”, revelou. “Tá muito perigoso, além de estar acontecendo tudo isso”.

Paraense relembra primeiros dias das enchentes

Os primeiros dias em que as fortes chuvas atingiram o Rio Grande do Sul – que iniciaram em 26 de abril – foram os piores até aqui. A população ficou sem água para beber e sem energia elétrica. 

A procura por água potável é grande e em alguns pontos enormes filas se formam para obter doações. 

Fila para receber doações de água no RS

Os mantimentos que chegam de todo o país têm sido essencial para as pessoas que ficaram desabrigadas. “Não sabemos até quando vamos ficar sem trabalhar”, desabafa o paraense.

Mais informações sobre as enchentes

Desde esta quinta-feira (9), a Defesa Civil estadual está divulgando os nomes de pessoas que morreram, bem como das cujo paradeiro é desconhecido. A lista já tem seis páginas. E não para de crescer.

Entre os nomes, estão os de Artemio Cobalchini, 72 anos, e Ivonete Cobalchini, 62 anos, cuja casa, em Bento Gonçalves, foi destruída pela força das águas. Os corpos de Seu Neco, como Artemio era conhecido, e da esposa, foram encontrados no último dia 3, por parentes e amigos. Uma das filhas do casal, Natália Cobalchini, está entre as 143 pessoas desaparecidas no estado.

A relação, contudo, não é completa, conforme reconhece a própria Defesa Civil estadual, que está a todo momento atualizando a lista com base nas informações que recebe das defesas civis municipais e da Polícia Civil. Ainda assim, não consta na relação de desaparecidos, por exemplo, o nome de Agnes da Silva Vicente.

Segundo a mãe de Agnes, Gabrielli Rodrigues da Silva, 24 anos, o bebê de sete meses caiu na água quando o barco usado para resgatar a família virou. Gabrielli e seus outros três filhos, incluindo a irmã gêmea de Agnes, Ágata, foram socorridos, mas a bebê não – embora, posteriormente, algumas pessoas tenham afirmado que Agnes também foi retirada da água.

Até o meio-dia de hoje (10), a Defesa Civil estadual contabilizava cerca de 1,9 milhão de pessoas de alguma foram afetadas, em 437 cidades, por efeitos adversos das chuvas, como inundações, alagamentos, enxurradas, deslizamentos, desmoronamentos e outros.

Em todo o estado, ao menos 337.346 pessoas desalojadas tiveram que, em algum momento, buscar abrigo nas residências de familiares ou amigos – muitas destas seguem aguardando que o nível das águas baixe para poderem retornar a suas casas. Outras 70.772 pessoas ficaram desabrigadas, ou seja, sem ter para onde ir, precisaram se refugiar em abrigos públicos ou de instituições assistenciais.


Leia mais aqui