Repercutiu nesta quinta-feira,14, um vídeo feito por um morador da Passagem Maria Bezerra, que fica perto da Doca, em Belém, onde policiais militares abordaram pessoas em situação de rua, que estavam com alguns objetos na calçada e na via da Passagem. De acordo com os moradores do local, as pessoas que ocupam a rua usam drogas e entorpecentes e geram perigos e preocupação.
“Essa pasagem fica em frente a minha rua, na Diogo Móia, essas pessoas andam com frequência e estão deixando todos os moradores com medo. Está muito perigoso agora com esses usuários aqui na rua. Com a ocupação deles, ninguém usa mais a rua para cortar caminho ou usar como atalho, sem contar que essas pessoas estão deixando a rua uma porcaria de lixo e coisas que eles descartam. Tentaram pular aqui em casa e na casa do vizinho para roubar”, disse uma moradora.
Segundo outra moradora da Passagem, as abordagens policiais às pessoas em situação de rua são frequentes, em que os moradores chamam a polícia todos os dias por causa do perigo.
“A polícia aborda essas pessoas com frequência. Essas pessoas não é caso de vulnerabilidade social. Essas pessoas roubam, se drogam e até traficam, quem vive aqui sabe”, denunciou.
Por fim, outro morador denuncia o perigo constante: “Esses cidadãos aí do vídeo vivem nus, vivem com facas, assaltam, fazem suas necessidades, fazem sexo ao ar livre, vendem drogas, amedrontam a população. Já roubaram os refletores da igreja aqui do lado e a polícia só está fazendo o seu trabalho”, ponderou o morador.
VEJA:
O BT entrou em contato com a Polícia Militar para saber sobre a frequência das rondas no local e atuação policial na área. Em nota, a PM disse que foi chamada por moradores depois de denúncias de comercialização/consumo de entorpecentes pelas pessoas em situação de rua. O BT também entrou em contato com a Secretaria de saúde do município de Belém sobre o caso. Em nota, a Sesma disse que a Passagem é um território de atuação do programa Consultório de Rua, que atende pessoas em situação de rua, na capital.
Confira a nota da Polícia Militar e da Sesma na íntegra:
“A Polícia Militar informa que averiguou denúncias de moradores sobre situação constante de consumo/comercialização de entorpecentes e roubos na área. Na ação, houve a abordagem e a apreensão de armas brancas. Sobre os entulhos que interferem na mobilidade, compete a outro órgão a remoção.”, disse a PM.
“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que este é um território de atuação das equipes do Consultório de Rua do Ver-o-Peso e é próximo também da Casa Rua. No espaço, as equipes fazem abordagens, atendimentos de saúde, verificação de pressão, testagem de doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e também é trabalhada a sensibilização para a redução de danos do uso abusivo de crack, apresentação da rede de apoio na assistência à saúde e da rede de apoio da assistência em saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). As equipes do Consultório de Rua são formadas por médicos, assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros que visitam constantemente este território facilitando não só o acesso aos serviços de saúde como sensibilizando para o tratamento com a intenção da abstinência. A equipe também está pautada no trabalho para a redução de danos para que essa marginalização do uso de substâncias psicoativas não contribuam para que essas pessoas rompam o vínculo familiar e mantenha a situação de rua, o que dificulta o tratamento. Quando estas pessoas estão mais adoecidas, além do acompanhamento pelo consultório na Rua, elas também são acompanhadas pela Casa Rua que é uma casa de referência em que esse cuidado fica mais amplo, porque o espaço funciona pela manhã. Lá as pessoas têm acesso à alimentação, higiene pessoal e outros acompanhamentos. A Sesma reforça, ainda, que estes usuários, quando há concordância para o tratamento com a intenção de abstinência ao uso de substâncias psicoativas, são encaminhados ao CAPS AD (Álcool e Drogas)”, destacou em nota.