Nesta quarta-feira, 29, Pedro Guimarães pediu demissão do cargo de presidente da Caixa Econômica Federal após ser acusado de assédio sexual por funcionárias da instituição.
Por meio de uma carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Guimarães oficializou o pedido de demissão, negou todas as acusações e chamou a situação de “cruel, injusta e desigual”. O agora ex-presidente da Caixa afirmou, ainda, que as acusações serão derrubadas e que “não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta”.
A exoneração de Pedro Guimarães foi publicada no Diário Oficial da União juntamente do anúncio de Daniella Marques Consentino como substituta ao cargo. Veja o documento.
ASSÉDIO MORAL
Além das denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimaraes, vieram as acusações de assédio moral. Nesta quinta-feira, 30, o portal Metrópoles divulgou, com exclusividade, áudios de reuniões que comprovam o comportamento do ex-presidente da Caixa.
Em uma das ocasiões, em uma reunião no final de 2021, Guimarães se irritou com funcionários da Caixa por conta de uma decisão do conselho tomada sem que ele soubesse.
Segundo detalhes divulgados pelo Metrópoles, a decisão do conselho foi a de que o presidente do banco só poderia ser remunerado por, no máximo, dois conselhos. Em outras palavras, isso significava que a decisão “mexia com o bolso” de Guimarães.
Em uma reunião por videoconferência, Pedro Guimarães afirma que os funcionários estariam trabalhando contra ele e o governo federal e que eles “têm que se f*der”, caso estejam torcendo pela reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT).
Ouça:
Ainda na mesma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê Barbosa, vice-presidente da Caixa e homem de confiança dele, que anote o CPF de todos os funcionários presentes na reunião. Para que os mesmos fossem punidos com perda de cargos caso o conteúdo discutido vazasse.
Momentos depois, o ex-presidente afirma que não passaria a função de anotar os CPFs para Álvaro Pires, assessor do gabinete da presidência e também conhecido pelo apelido de “Vreco”, porque o mesmo seria “p*u mole” e não colocaria a ordem em prática.
Ouça:
Em outro áudio obtido pelo portal Metrópoles, Guimarães se mostra irritado por uma decisão tomada por seus funcionários e afirma: “isso aqui não é uma democracia, eu que mando”.
Ouça:
Em outro áudio, Guimarães ameaça demitir os funcionários que tomarem decisões sem o consentimento dele. “Vocês são malucos”, diz ele.
Ouça:
Em outra gravação, novamente irritado com uma decisão dos executivos do banco, Guimarães afirma que tudo deveria passar por Rozana Alves Guimarães, chefe de gabinete da presidência. “Manda todo mundo tomar no c*”, diz no áudio.
Ouça:
Até o momento, Pedro Guimarães não se manifestou a respeito dos áudios divulgados.