A Polícia Federal coletou, em Belém, uma mostra de DNA de uma provável filha de um guerrilheiro do Araguaia, integrante do movimento que ocorreu durante a ditadura e que lutava contra o regime político da época.
Segundo a PF, Lia Cecilia da Silva Martins teve o conteúdo extraído em uma coleta bucal com swab, feita por peritos na sede da corporação na capital paraense. O material será encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, para fazer parte do Banco Federal de Perfis Genéticos.
QUEM PODE SER O GUERRILHEIRO PAI DA MULHER?
Segundo a PF, a mostra pode ser cruzada com possíveis parentes ou restos mortais relacionados com o caso. O principal nome apontado como pai de Lia é o guerrilheiro Antônio Teodoro de Castro, cearense estudante de farmácia e que teria se relacionado com uma paraense.
DESAPARECIDO
Antônio Teodoro foi dado como desaparecido entre 1972 e 1973. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pela desaparição de 62 pessoas na região do Araguaia durante a guerrilha, entre elas, Antonio.
MAS QUEM É A MULHER QUE SUSPEITA SER FILHA DO GUERRILHEIRO?
Conforme a PF, Lia Cecilia foi entregue a uma creche em Belém e acabou sendo adotada por funcionários do local. Décadas depois, em 2001, foi descoberto que Antônio Teodoro havia gerado uma filha e, em 2009, Lia desconfiou que poderia ser a criança e fez o teste de DNA.
De acordo com a corporação, Lia passou pelo exame em 2010, de forma particular. O exame, em comparação com Mercês Castro, irmã de Antônio, indicou 90% de probabilidade de que Lia fosse filha dele.