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PF suspeita que Abin teria produzido provas para auxiliar filhos de Bolsonaro em investigações, diz site

Com informações G1*

A Polícia Federal suspeita que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para auxiliar os filhos do então presidente Jair Bolsonaro com dados e provas que eles pudessem usar para se defenderem de investigações judiciais. A informação é da jornalista Daniela Lima, da Globonews.

Flávio e Jair Renan Bolsonaro

De acordo com a publicação do G1, a suspeita é de que a agência foi acionada para ajudar Flávio Bolsonaro a se defender no caso da suspeita de “rachadinha” no seu gabinete quando ainda era deputado estadual.

Sob o governo de Jair Bolsonaro, a Abin ainda teria agido para entregar informações sobre adversários políticos do ex-presidente.

Jair Bolsonaro

À época, a Abin era comandada pelo hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), um amigo da família do ex-presidente que é suspeito de usar a agência para espionar adversários políticos. Na manhã desta quinta-feira, inclusive, a PF fez buscas contra Ramagem no gabinete dele e no apartamento funcional da Câmara hoje ocupado por ele.

Alexandre Ramagem

QUAIS ERAM AS ACUSAÇÕES CONTRA FLÁVIO BOLSONARO?

Durante a gestão de Ramagem na Abin, o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava Flávio Bolsonaro por suspeita de desviar dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro (Alerj) quando era deputado estadual, entre os anos de 2003 e 2018.

Em 2020, Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo MP à Justiça como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões (em valores da época). Entretanto, em 2021, o filho do ex-presidente obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.

Foi ao final de 2021 que a Revista Época divulgou documentos que indicavam que a Abin havia sido usada para proteger Flávio no caso. De acordo com a publicação, os documentos mostravam que a Abin especificava a finalidade de “defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj [Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro]”; sugere a substituição dos “postos”, em referência a servidores da Receita Federal; e traça uma “manobra tripla” para tentar conseguir os documentos buscados pela defesa do filho de Bolsonaro.

Flávio Bolsonaro sempre negou as acusações. E, em nota ao G1, reforçou o posicionamento. Confira a nota na íntegra:

“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro.

Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia.”

E A ACUSAÇÃO CONTRA JAIR RENAN?

Já o filho 04 do ex-presidente, é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa para livrar empresas de suas obrigações com órgãos públicos e dívidas.