O policial militar Alauir Mattos Faria foi intimado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no inquérito que apura a morte do congolês Moïse Kabagambe na Barra da Tijuca, na zona oeste.
O PM é apontado por dois dos agressores de Moïse como dono do quiosque Biruta e da Barraca do Juninho, que fica ao lado do quiosque Tropicália, onde a vítima trabalhava e foi morto no dia 24 de janeiro.
Dois dos três agressores trabalhavam nestes quiosques vizinhos ao Tropicália. Eles não mencionaram a participação de Alauir no crime ou a presença dele no local no dia do ocorrido.
O PM foi intimado a depor nesta quinta-feira, 3, mas a irmã dele, Viviane Faria, afirma que o policial já prestou depoimento hoje. O inquérito continua sob sigilo.
Ontem, 1, o dono do quiosque Tropicália, Carlos Fábio da Silva Muzi, prestou depoimento. A polícia diz que não há indícios de sua participação no crime e que ele colaborou com as investigações. Muzi disse ter saído do local antes do crime e que conhecia os agressores de vista.
De acordo com o UOL, a irmã de Alauir disse que o estabelecimento está no nome de um tio idoso. Ela disse também que o PM pouco aparece no local e que ela é quem cuida de tudo. Os suspeitos apontaram os dois como donos do estabelecimento, mas somente o policial foi intimado a depor.
Viviane disse que Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, apontado como um dos agressores, prestava serviço como garçom freelancer no quiosque há um mês.
Viviane confirmou que Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta, outro colaborador envolvido na morte de Moïse, trabalha na Barraca da Juninho, que também pertence à família dela e é administrada por outro gerente.
Documentos internos da PM dão conta de que Alauir de Mattos Faria é cabo da corporação. Ele já esteve alocado no batalhão da área dos quiosques, o da Barra da Tijuca (31º BPM). Em agosto de 2021, foi transferido para o Batalhão de Irajá (41º BPM).
Dois meses depois, em outubro, foi transferido para o Batalhão de Jacarepaguá (18º BPM), na zona oeste do Rio, onde está alocado até hoje. Em fevereiro, recebeu R$ 3,933.01 líquidos como concursado do estado do Rio.
Em seu depoimento, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, afirmou que Moïse trabalhava para o Biruta havia três semanas, logo quando deixou de ser funcionário do Tropicália.
Já o depoimento de Muzi expõe que o congolês estava trabalhando no quiosque vizinho havia poucos dias. A função de Moïse no Biruta, de acordo com Aleson, era distribuir cardápios a clientes na areia, com pagamento por comissão.