Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar dispararam tiros de borracha e bombas de gás contra indígenas, nesta quarta-feira, 27, durante protesto contra a falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Policiais avançaram sobre o terceiro dia de bloqueio na rodovia MS-156 para dentro da comunidade, disparando contra os povos tradicionais usando de força policial. Moradores apontam uma grave falta de água potável há semanas
Em mais imagens é possível ver feridos após a ação do batalhão de choque. Em nota à imprensa, a prefeitura de Dourados apontou que um termo para a construção de poços nas regiões foi assinado na última sexta-feira, 22.
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Sobre o motivo da ação ter entrado nas comunidades, o governo do estado afirmou que a ação teve o objetivo de “garantir paz em todo território”. Confira a nota abaixo:
“A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, esgotadas todas as vias de negociação, e para garantir os direitos constitucionais, agiu na manhã desta quarta-feira (27) para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas. Com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e de equipes da Agesul, removeram entulhos e apagaram focos de incêndios nas pistas. As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas politico-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito. Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos.”
Segundo o G1, a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) informou que mantém um contrato para a distribuição de mais de 70 mil litros de água potável por semana via caminhões-pipa. A secretaria também faz negociações para um fornecimento de 100 mil litros de água por dia, sendo 50 mil destinados a Jaguapiru e 50 mil a Bororó.
“A Sesai também negocia uma solução conjunta com a Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e a Sanesul”, afirmou por meio de nota.