A Polícia Federal (PF) divulgou uma nota na noite de terça-feira, 23, informando que, até o momento, apenas uma delação premiada foi homologada nas investigações relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A delação em questão é a do ex-policial militar Élcio de Queiroz, condutor do veículo utilizado no crime, cujos detalhes foram tornados públicos em julho do ano passado.
Em resposta a recentes notícias veiculadas por alguns veículos de imprensa, a PF negou confirmar informações sobre o ex-policial militar Ronnie Lessa, que teria supostamente aceitado um acordo de delação premiada, fornecendo detalhes que apontam para o mandante do crime. A instituição destacou que divulgações prematuras e imprecisas podem prejudicar o andamento das investigações.
A irmã da vereadora Marielle Franco e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reagiu às recentes especulações, reafirmando o compromisso em busca de justiça. “Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver justiça”.
A PF salientou ainda que as investigações estão em andamento e mantêm-se em sigilo, sem previsão de encerramento. A divulgação de informações que não condizem com a realidade foi criticada pela viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício, que ressaltou a importância da imprensa no processo, mas alertou para a responsabilidade na divulgação de notícias sensíveis. “Matérias clickbait [caça-cliques] começam a surgir de forma irresponsável, com os familiares, com as investigações e a elucidação do caso e com o papel democrático que a imprensa deve ter”, afirmou.
Diante da incerteza gerada pelas recentes especulações, a sociedade aguarda novos desdobramentos das investigações, enquanto a família de Marielle Franco e a sociedade clamam por justiça.
Confira a nota completa da PF:
“A Polícia Federal informa que está conduzindo há cerca de onze meses as investigações referentes aos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. Ao longo desse período, a Polícia Federal trabalhou em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas. Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário. As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”.
