Sete funcionários da rede de petshop Cobasi foram indiciados pela polícia do Rio Grande do Sul, na quarta-feira 12, pela morte de animais deixados dentro de duas lojas que ficaram submersas em Porto Alegre durante as fortes chuvas que castigaram a capital gaúcha no mês passado. O indiciamento ocorre dentro da Lei de Crimes Ambientais, por maus-tratos e experiências de dor e sofrimento a animais.
As duas unidades do Sul e a matriz da rede, em São Paulo, também foram indiciadas, por meio dos CNPJs, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Em uma das lojas, localizada no subsolo do shopping Praia de Belas, região central de Porto Alegre, foram recolhidas 38 carcaças.
Segundo o site Terra, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou três vistorias no local. Somente na terceira, realizada em 23 de maio, quando a água já estava baixa, foi possível acessar o subsolo da loja, onde os animais foram encontrados. Muitos deles ainda estavam presos em gaiolas, incluindo pássaros, roedores e peixes, em grau avançado de decomposição.
Segundo o órgão, as mortes tiveram como causa o afogamento em águas contaminadas vindas de transbordamentos dos esgotos da cidade. Ainda de acordo com o Ibama, equipamentos eletrônicos foram retirados de dentro da loja e levados para o mezanino.
CRUELDADE
Na outra unidade da Cobasi, no bairro São Geraldo, ao menos uma ave e peixes foram encontrados mortos, segundo o jornal paulista. Gerentes das lojas gaúchas afirmaram em depoimento que deixaram comida e água aos animais, mas que a polícia não considerou a medida suficiente.
A defesa da rede disse que “a equipe da loja localizada no shopping Praia de Belas, assim como toda a população eautoridades do RS, foi surpreendida por um evento da natureza de proporções imponderáveis, estado de coisas que, por si só, já tornaria incogitável que a causa da morte dos animais da loja possa ser distorcida para uma acusação de crime que demandaria, inclusive, requintes de crueldade em sua configuração.”
Em nota publicada pela Folha, a Cobasi informou que não havia indicação da proporção do desastre que atingiu o Rio Grande do Sul e que “os colaboradores tomaram todas as providências para garantir que as aves, pequenos roedores e peixes estivessem em altura segura”, usando estruturas acima de 1 m de altura. A água, no entanto, chegou a 3,5 m, chegando ao teto da loja.
A empresa teria alegado que a gerência do shopping, onde fica umas das lojas afetadas, pediu para que lojistas não acessassem o local. Segundo a nota, uma das gerentes do estabelecimento teria ido ao local, mas foi impedida por seguranças de acessar o shopping.
Em relação aos computadores, a nota publicada pelo jornal Folha de S. Paulo diz que apenas quatro CPUs foram removidas, porque ficavam próximas do chão, nos caixas, e que não sabe o motivo de terem sido levados ao mezanino, “sendo que essas CPUs são equipamentos eletrônicos de menor importância em relação a todos os outros que permaneceram no salão inundado”.
“A gerência da loja manteve-se sempre em contato com a direção do shopping sendo informada, em todas as oportunidades, de que a situação estava controlada e que, a despeito disso, os acessos às suas dependências não estavam autorizados por razão de segurança. A Cobasi lamenta profundamente o ocorrido”, diz a empresa ao site.
*Feito com informações de Terra e Folha de São Paulo.