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Policiais Militares são presos e investigados por extorsão e sequestro; novas prisões podem acontecer

Dez policiais militares do 24º Batalhão foram presos preventivamente por uma acusação de crime de extorsão seguido de sequestro a traficantes da organização criminosa Comando Vermelho, em Belém. Desde o início deste ano, a Corregedoria da Polícia Militar investiga um grupo de PMs envolvidos no esquema de corrupção e, a partir de denúncias de vítimas, que eram supostamente sequestradas e extorquidas pelos militares, foi requisitada a prisão preventiva dos agentes.

Segundo o promotor de justiça, Armando Brasil, a corregedoria instaurou vários inquéritos para apurar a infração cometida pelos policiais e, diante das provas colhidas como rastro de viaturas, georreferenciamento e acesso a dados de transferência bancária das vítimas às guarnições, além da apreensão de aparelhos celulares dos policiais, a prisão preventiva desses militares foi pedida pelo próprio promotor. Ainda segundo Brasil, hoje, 8, foi requisitada a instauração de um conselho de disciplina a fim de apurar se os militares permanecem ou não na tropa.

O 24º Batalhão de Polícia Militar atende a área da Cabanagem, Augusto Montenegro e parte de Icoaraci. No entanto, o promotor de justiça afirma que esse esquema se expande para outros bairros da Região Metropolitana de Belém e que, possivelmente, dentro de algumas semanas mais prisões de policiais que estariam envolvidos nesse esquema de corrupção devem ser efetuadas.

A promotoria de justiça militar realizou na última quinta-feira, 7, uma audiência de custódia onde foi entendido ser fundamental que esses policiais continuem presos para evitar intimidação de testemunhas e vítimas. Armando Brasil destaca, ainda, que “trata-se de um fato muito grave de ofensa, de afronta às normas de hierarquia e disciplina, bem como levando em consideração a alta periculosidade desses policiais, a justiça militar entendeu por bem manter eles presos.” afirma o promotor.

Vale lembrar que em agosto de 2021, o comandante do 24º Batalhão da Polícia Militar, o coronel Lima Neto, foi afastado do cargo e realocado para exercer a função de Chefe do Fiscal Administrativo da PMPA após o envolvimento no assassinato de Antônio Ivanildo Queiroz, um pedreiro que foi torturado e morto por uma guarnição da PM