O ex-jogador do Corinthians e comentarista de futebol, Walter Casagrande, além de ser conhecido por sua atuação nos campos, também é reconhecido por suas críticas contundentes às personalidades do futebol, algo raro na imprensa especializada em esportes.
Em artigo publicado no UOL nesta quinta-feira, 8, Casagrande reage a ataques que tem recebido de algumas pessoas do mundo do futebol, especificamente de Tiago Leifert, o ex-goleiro Marcos e a jogadores e ex-jogadores da seleção brasileira que não lidam bem com suas críticas.
No texto, Casagrande inicia com uma pergunta: “Por que tudo que falo ou escrevo vira polêmica?”.
Ele responde: “Sou totalmente independente, não devo favores a ninguém, principalmente do meio do futebol. Sou direto nas minhas opiniões e a grande maioria dos ex-jogadores são mimados e acostumados a serem paparicado, e comigo não tem essa”.
Em outro momento, Casagrande afirma que um jogador ser campeão do mundo “é motivo de orgulho. Mas isso não significa que viraram pessoas intocáveis, e que podem fazer ou deixar de fazer qualquer coisa e tudo bem. Também não significa que sejam melhores ou piores que as outras pessoas”.
Para Casagrande, os jogadores, na ativa ou não, por conta do que representam e simbolizam, devem sim ser analisados a partir de seus respectivos comprometimentos com a sociedade e afirma que “fica impressionado” com a união dos jogadores quando um colega é atacado, mas destaca que tal união não ocorre para atuar no desmantelamento das mazelas brasileiras.
“Até acho graça da ignorância de acharem que união é para isso. Todos esses jogadores, sem exceção, que se ‘uniram’ para me atacar não se uniram para cobrar as vacinas, para incentivar a vacinação, nem contra o desmatamento. Muito menos se uniram em movimentos antirracistas, contra a homofobia, contra a violência sofrida pelas mulheres”, critica Casagrande.
O ex-goleiro e pentacampeão do mundo Marcos, que debochou de Casagrande nas redes, é questionado no texto e classificado como “bobo da corte de Bolsonaro”.
“Gostaria de saber do ex-goleiro e pentacampeão do Mundo Marcos o que ele acha do Robinho, condenado na Itália a 9 anos de prisão por estupro de vulnerável [..] isso não te incomoda, Marcos? […] não deve incomodar mesmo, porque foi um ‘bobo da corte’ do ‘reinado’ do perverso Bolsonaro. E hoje, com a queda do seu ‘rei’, só sobrou ser ‘bobo sem corte'”.
Por fim, Casagrande esculhamba com o papel interpretado pelo jornalista Tiago Leifert que, para o ex-jogador, é “covarde” e “sem personalidade”.
“Piores são os covardes que curtem os ataques porque não têm personalidade e, muito menos, coragem de assumir uma própria opinião […] acho interessante quando se une a eles um jornalista esportivo que representa a burguesia reacionária que se impõe através de carteirada. Estou falando de Tiago Leifert”.
Em seguida, Casagrande revela quem é Leifert nos bastidores: “ele tentou me ridicularizar algumas vezes ao vivo na TV Globo, para favorecer comentaristas amigos. Ele desrespeitava superiores na frente de todos por ser filho de diretor […] sem contar que, quando escreveu um texto para a revista GQ dizendo que futebol e política não poderiam se misturar, eu escrevi outro texto completamente ao contrário (nós dois éramos colunistas no mesmo veículo). Ele não gostou, pediu ao diretor para que eu fosse demitido. No ‘eu’ e ‘ele’, foi Tiago quem saiu”.