“Queria viver a vida da Dani”. Foi assim que Raul Gazolla falou sobre Paula Thomaz, assassina de Daniella, à coluna da jornalista Patricia Kogut, para o jornal O Globo, a respeito da repercussão de “Pacto Brutal”. O documentário da HBO Max conta a história do assassinato de Daniella Perez, que era casada com Gazolla na época do crime, em dezembro de 1992. O ator elogiou vários aspectos da produção, como a decisão de não entrevistar os assassinos da filha de Gloria Perez.
“O trabalho que a Tatiana Issa e o Guto Barra (os diretores) fizeram foi espetacular, inclusive optando por não entrevistar os assassinos. Eles tiveram 30 anos para contar todas as versões que quiseram. Inclusive, tiveram cinco anos entre o assassinato da Dani e o julgamento, em 1997, para dar várias versões, mas não conseguiram provar nenhuma delas. Todas foram mentirosas.” ressaltou Gazolla. Ele também disse que não quer especular ou ganhar visibilidade.
Raul reclamou que criminosos, mesmo condenados, saíram e estão em liberdade. Guilherme de Pádua cumpriu sete anos de prisão antes de entrar em liberdade condicional, já Paula Thomaz, passou apenas seis anos na prisão. “Para mim, o importante nessa série foi mostrar a frieza desses assassinos, como eles são perversos e maus. Uma pessoa com aquela vozinha de anjo no julgamento… É um demônio com fantasia de anjo. Tenho certeza de que qualquer coisa que eu diga não vai afetar os assassinos, porque eles são frios e calculistas. E eu nem quero afetá-los, mas abrir os olhos das pessoas que convivem com eles. A série mostra que esses assassinos estão vivendo em sociedade por falhas da nossa lei e do código penal, que deu a eles liberdade condicional”, desabafou.
Gazolla então relembrou um momento tenso com uma familiar de Daniella, que encontrou Paula no Shopping da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro. “A prima da Dani encontrou com ela neste ano no Shopping da Gávea, fazendo festa de cinco anos para a filha. Ela estava de máscara, mas ela (a prima) reconheceu, viu aqueles olhos. E gritou: ‘Assassina da Dani’. O marido [de Paula] foi para cima. Ela (a prima) falou: ‘Você vai me matar? Vai me agredir também?’. E o cara respondeu: ‘Você não sabe o que está dizendo, ela não teve culpa’. Ele caiu na lábia de dois assassinos”, relatou.
Para o artista, Guilherme e Paula não mataram apenas Daniella, mas sim, uma família inteira. “O pai da Dani morreu de tristeza. Ele ficou tão triste. Teve câncer, definhou muito rápido. Eles não mataram só a Dani, mataram muita gente”, ressaltou. “Se eu cruzar com um dos dois, você vai saber. Você não vai precisar nem me ligar, a notícia vai correr numa velocidade… Eu não tenho interesse de cruzar. Eles já destruíram tudo o que tinham para destruir”, completou.
“O assassino é um psicopata que quer aparecer. Para ele está tudo certo. Sempre deu as entrevistas dele, contou as versões dele, botou o nariz em pé. A assassina é tão perigosa quanto ele, ou mais. Porque está na moita. Tanto que casou, trocou o cabelo e mudou a arcada dentária. Eu ouvi falar que ela fez esse trabalho com um dentista. As pessoas que convivem com ela acham que ela é inocente, como o rapaz com quem ela casou e que tem dois filhos com ela”, narrou. Após sair da prisão, Paula se formou em direito, casou-se com um advogado e mudou o sobrenome para Peixoto.
“Ela (Paula) pegou a filha de 5 anos e jogou para fazer aula com Carlinhos de Jesus que era amigo pessoal da Dani. Ele não sabia. Pôs [a filha] para fazer escolinha de teatro. Uma assassina que tem um processo de falsa identidade”, ressaltou. De acordo com Raul, Paula queria “viver a vida da Dani”. “Ela se esquiva de pagar os autos do processo (uma indenização para Gloria Perez que foi determinada pela Justiça) alegando que não tem condições financeiras. Mas ela tem, tanto que possui um apartamento e está dando festa no Shopping da Gávea para a filha. Está vivendo a vida de riquinha dela”, finalizou.