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População que busca atendimento em saúde mental em Caps de Belém encontra dificuldades

De acordo com relatos da população paarense que busca atendimento e tratamento em saúde mental nos Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSI), na Avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, e também na Casa Mental do Adulto Marisa Santos (CAPS III), na Avenida Romualdo de Seixas, no bairro de Nazaré, por exemplo, ambas em Belém, contam que não conseguem atendimento nem consultas, enquanto outros relatam que faltam medicamentos e profissionais como psiquiatras e psicólogos.

“A demanda é gigantesca para os poucos profissionais que ali estão (nas Caps). Falta médico, psicólogo, psiquiatra. Não consegui nem data para agendar uma consulta”, afirmou um seguidor.

Uma mãe de uma usuária do Capsi infantojuvenil detalha que faltam, além de profissionais, faltam medicamentos, itens básicos e problemas estruturais no Caps.

“Me chamo Karol, sou mãe de uma usuária do Capsi de atendimento infantil, minha filha tem 11 anos e sofre com transtornos. Não só eu, mas várias mãezinhas estão na labuta para melhorias no sistema onde se falta até o básico, como copo descartável, papel higiênico, material didático. O prédio em si é inadequado, apresentam várias falhas e precariedades. Falta medicação e médicos na unidade, que tem apenas um médico no turno da manhã para mais de mil usuários do Centro. É muito triste, porém, não vamos parar até conseguirmos melhorias dignas e de qualidade”, detalhou com esperança uma mãe.

HISTÓRICO

De acordo com a vivência de um jovem que fez por um tempo o tratamento na Caps, o relato aponta o problema atual de precariedade, falta de itens e profissionais.

“Essa precariedade não é de hoje. Fiz tratamento na Capsi em 2016 e 2017 e sempre teve falta de psiquiatra. Todos entravam e depois saiam cim um mês, dois meses. Desde aquela época as consultas já demoravam meses para acontecer e as sessões com psicólogos eram apenas em grupo porque não tinha psocóloga suficiente para atender todo mundo. Fora os que (psicólogos) que atendiam, atendiam muito rápido, sem escultar direito o que sentíamos e nos passavam remédios fortíssimos. Eu estava quase para receber alta e na minha última consulta a médica queria que eu tomasse rivotril”, ponderou.

“A casa mental não está mais distribuindo remédios básicos para o tratamento dos pacientes. Consultas psiquiátricas, a procura é muito grande. As proximas vagas são só para setembro. A sala dois médicos estão inadequadas pois estão com infiltração. O problema de atendimento psicossocial em Belém é geral e atinge todos os Caps. Os pacientes sofrem muito com os remédios caros que antes eram fornecidos”, lamentou outro usuários que buscou atendimento em um Caps.

Sobre os problemas o BT entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) sobre as denúncias relatadas nesta matéria. Em nota, a Sesma disse que está trabalhando junto com o Capsi para atender às demandas estruturais da unidade.

Veja a nota na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que está trabalhando em parceria com o Centro de Atendimento Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi) para atender às demandas estruturais da unidade. Diversas iniciativas de gestão participativa têm sido realizadas, incluindo a participação de pais e familiares de usuários dos CAPSi.
A Sesma informa que já foi reformada a unidade do Centro de Atendimento Psicossocial Infanto-Juvenil, e que novos médicos já estão sendo procurados para substituir os profissionais que saíram recentemente. Também os prestadores de serviço foram reorganizados, como na limpeza e manutenção, o que permite a reposição de materiais de uso. A Sesma reitera o compromisso em recompor a rede de atenção à saúde mental do município, garantindo o acesso de qualidade aos usuários do serviço. A Sesma ressalta que a saúde mental é uma prioridade, e que trabalha constantemente para oferecer atendimento de qualidade aos usuários”.