Na último dia 24, os moradores de Santa Bárbara e Benevides, dois municípios da Região Metropolitana de Belém, além dos habitantes da ilha de Mosqueiro, amanheceram sem transporte público.
Os funcionários da empresa Transcap paralisaram as atividades alegando três meses de salários atrasados, além de ticket alimentação e 13° salário. Somadas às reivindicações, as condições precárias dos ônibus também foram alvo de reclamação por parte dos rodoviários. Até hoje, 28, as atividades seguem paradas.
No dia 17 janeiro, os funcionários da empresa Transcol, que faz a linha Pratinha – Presidente Vargas, também pararam alegando salários atrasados.
Mais cedo neste ano, no dia 10 de janeiro, foi a vez dos funcionários da São Luiz paralisarem as atividades. Na ocasião, os rodoviários pararam por seis dias também para reivindicar salários e benefícios atrasados.
No dia 27 de janeiro, os rodoviários da empresa Monte Cristo, que atende bairros como Pedreira, Sacramenta e Marco, também pararam pelo mesmo motivo.
Esse cenário causa estresse para os passageiros e levanta perguntas como: Por que as empresas de ônibus estão parando? Para tentar responder isso, o BT foi atrás de quem está ligado no assunto.
Para o Diretor de Operações do Setransbel, Natanael Romero, o agravamento do cenário se dá, principalmente, pelo fato da tarifa, única fonte de receita das empresas, não acompanhar as altas do mercado, como a alta do diesel, por exemplo. “O colapso atual é o resultado da tarifa que não acompanha o aumento dos custos operacionais do transporte, a exemplo dos sucessivos aumentos do diesel. Como a tarifa paga pelo passageiro é a única fonte de receita das empresas, esse desequilíbrio só vem se agravando nos últimos anos”, disse ele.
O diretor afirmou ainda que a manutenção dos serviços rodoviários precisa urgente do auxílio do governo. “A manutenção dos serviços de transporte precisa urgente do auxílio do governo. A exemplo de outras cidades no Brasil e no mundo, onde o subsídio foi a maneira encontrada para manter o serviço sem que o passageiro pague a conta sozinho”, contou.
Por fim, Natanael afirmou que a tarifa atual, em vigor há 33 meses, está totalmente defasada. “A tarifa de R$ 3,60 há quase três anos não acompanhou os sucessivos aumentos dos combustíveis e salários dos rodoviários, dois itens que consomem cerca de 80% do que as empresas arrecadam, o que vem deixando um prejuízo acumulado que impede diversas melhorias esperadas pelo usuário”, avaliou ele. E seguiu, “É urgente e imediata a necessidade de revisão da tarifa atual, bem como a criação de subsídios para a tarifa, como já acontece em muitas cidades, a fim de que o custo do serviço não recaia apenas para o usuário”, finalizou