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Caso do metrô de SP é registrado como injúria racial. Vítima diz que protesto a ajudou a denunciar

Foto: Reprodução.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que a agressão verbal de uma mulher branca contra uma mulher negra, no vagão do metrô, em São Paulo, na última segunda-feira, 2, foi registrado como injúria racial.

A Polícia Civil, por meio de nota, disse que a gravação feita no interior do vagão “será usada nas investigações” e confirmou que o caso foi registrado em uma delegacia no bairro do Campo Belo, na zona sul de São Paulo. “Todas as partes foram ouvidas e a vítima representou criminalmente contra a autora. A autoridade policial determinou a instauração do inquérito para esclarecer todas as circunstâncias do fato”, acrescentou a polícia, por meio da Secretaria.

A vítima, Wélica Senra Ribeiro, afirmou em entrevista ao portal de notícias Uol que não esperava passar por esse tipo de situação e que teve forças para denunciar graças  a ajuda das pessoas ao seu redor que protestaram: “Sozinha, eu não teria força para gritar por socorro”, disse. “Ao ver aquelas pessoas gritando a meu favor, eu fiquei muito feliz e satisfeita. É isso que tem me deixado com chão, equilibrada e que me traz conforto”, afirmou. 

Relembre o caso:

Na noite da última segunda-feira, 2, Welica Ribeiro, de 35 anos, do Rio de Janeiro, estava com o pai e o irmão no vagão quando, segundo relatos, escutou de uma passageira que estava ao seu lado que ela deveria ter cuidado com o seu cabelo, crespo, porque ele “poderia passar alguma doença”.

A acusada, identificada como Agnes Vajda, se declarou húngara para a polícia e, nas redes sociais, se identifica como assistente consular do Consulado da Hungria em São Paulo. O Consulado confirmou o vínculo empregatício com a acusada, entretanto afirmou que não fará qualquer comentário sobre o caso.

Agnes Vajda, acusada de agressão verbal no metrô. Foto: Reprodução.

No vídeo, registrado dentro do vagão pelo irmão de Welica, Jonatan Ribeiro, Agnes Vajda alega que “quis dar uma dica” para Welica. “Se cuida porque se tiver alguém que tem doença com o cabelo, talvez você pode pegar”, é o que Agnes alegou, em depoimento para a polícia, ter dito na ocasião.

“Sabe o que que eu sugeri [para Agnes]? Eu sugeri [para] ela raspar a minha cabeça pra não incomodá-la”, diz Welica no vídeo. Os passageiros, então, começam a reagir à cena. 

Em outro vídeo, é possível ver Agnes sair do vagão escoltada pela polícia enquanto alguns presentes gritam acusações como “racista” e frases como “racistas não passarão!”.

Agnes Vajda, de roupa vermelha, sendo escoltada pela polícia. Foto: Reprodução.

Veja o vídeo gravado pelo irmão de Welica dentro do metrô e o momento que Agnes é escoltada para fora do local:

Vídeo: Reprodução.