O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, gravou um vídeo mostrando a destruição deixada, detalhando que os manifestantes bolsonaristas prejudicaram, de maneira gravíssima, o patrimônio histórico do País.
De acordo com a assessoria do Palácio do Planalto, foram destruídas obras que estavam no térreo, no primeiro, e no segundo andar, e, segundo Paulo Pimenta, apenas o gabinete do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi poupado da depredação, pois os manifestantes não conseguiram acesso ao local. Pimenta mostrou, inclusive, sua própria sala, localizada no segundo andar do planalto, e que ficou destruída.
“Como vocês podem ver, foi tudo destruído, uma coisa criminosa foi feita aqui, uma coisa revoltante. Obras de arte. Olha o que os vândalos fizeram aqui, obras de arte sumidas, é inacreditável o que foi feito aqui no Palácio”, disse Paulo Pimenta, no vídeo.
Nas imagens, é possível ver monitores e televisores destruídos, cadeiras viradas e quadros derrubados e rasgados.
“São marginais que têm que ser tratados como criminosos que fizeram isso contra a democracia e contra o Brasil” Diz o ministro.
Veja abaixo a lista das obras de arte que foram destruídas:
No andar térreo:
- Quadro “Bandeira do Brasil” de Jorge Eduardo, de 1995 – a pintura que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao Palácio do Planalto foi encontrada boiando sobre a água, que inundou o andar após os vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
- Todas as fotografias da Galeria dos ex-presidentes – todos os retratos foram retirados da parede, jogados no chão e quebrados.
No segundo andar:
- Diversos quadros que estavam no corredor que dá acesso às salas dos ministérios foram rasgados e rasurados. O estado de muitas obras ainda não pôde ser avaliado, pois é necessário aguardar o trabalho da perícia ser realizado no local.
No terceiro andar:
- Obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti – A peça principal do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos. O valor estimado da peça é de R$8 milhões.
- Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge – A escultura em bronze foi totalmente destruída. A obra era avaliada em R$250 mil.
- Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg – quebrada em diversos pontos. Estimada em R$300 mil.
- Mesa de Trabalho de Juscelino Kubitschek, exposta no salão – A mesa foi usada como barricada pelos terroristas.
- Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues – O móvel abriga as informações do presidente em exercício. O vidro foi quebrado.
- Relógio de Balthazar Martinot – O relógio de pêndulo foi construído no Século XVII, e foi dado de presente pela Corte Francesa ao Dom João VI. Martinot era o relojoeiro oficial do Dom Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor, o outro está exposto no Palácio de Versalhes. O valor da peça é considerado inestimável.
O diretor de curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, disse que será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a recuperação do Relógio de Martinot.
Em nota, o Ministério de Esther Dweck diz que cobrará ressarcimento pelos danos causados. “O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos lamenta os atos antidemocráticos ocorridos neste domingo na capital federal e informa que irá fazer um levantamento dos danos ao patrimônio público para buscar ressarcimento junto aos responsáveis”, informa a nota.