O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos, na queda de um helicóptero, informou o Ministério das Relações Exteriores do país, nesta segunda-feira. Segundo a imprensa iraniana, o helicóptero caiu no domingo, 19, em uma região montanhosa do Irã.
As condições climáticas estavam adversas durante o voo que transportava o presidente e outras autoridades que voltavam do Azerbaijão, onde participaram da inauguração de uma barragem.
Ainda de acordo com a imprensa do Irã, a aeronave sofreu a queda em razão das más condições climáticas do domingo. Raisi foi eleito em 2021 e tinha mandato até 2025. era a segunda pessoa mais importante do Irã, atrás apenas do aiatolá Ali Khamanei, líder supremo do país e de quem o atual presidente era um protegido e possível sucessor. Primeiro vice-presidente deve assumir e convocar eleições em até 50 dias.
QUEDA DE HELICÓPTERO
A queda da aeronave ocorreu entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província iraniana de Azerbaijão Oriental, cerca de 600 km a noroeste de Teerã, a capital iraniana. Além de Raisi, a queda matou o chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian.
A aeronave transportava, ainda, Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. As mortes dos dois não foram confirmadas, no entanto, mais cedo, a imprensa oficial informou não haver sinal de sobreviventes no local da queda.
A queda do helicóptero ocorreu por volta das 13h (no horário local, 6h no de Brasília), mas a aeronave só foi encontrada cerca de 12 horas depois.
Além das dificuldades de acesso ao local, o tempo ruim dificultava os trabalhos de resgate. O helicóptero foi avistado por integrantes do Crescente Vermelho iraniano, organização irmã da Cruz Vermelha que atua em países islâmicos, depois que um drone foi enviado pela Turquia com sensores de calor para identificar o local da queda.
Inicialmente, o ministro do Interior iraniano informou que o helicóptero que levava o presidente teria feito um pouso forçado. Mais tarde, a imprensa oficial informou que a aeronave havia sofrido um acidente em razão das más condições climáticas.
RAISI
Na década de 1980, Raisi participou das chamadas comissões da morte, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi por conta da participação dele nas mortes.
Em 2022, já sob Raisi, o governo iraniano reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público (veja no vídeo abaixo). Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
No plano internacional, o Irã viveu um escalada de tensão com Israel. Em 1º de abril, sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos num ataque à embaixada do Irã na Síria. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.