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Jovem do Pará é primeira promotora de Justiça de origem quilombola do Brasil

Jovem é primeira promotora quilombola

Karoline Maia, servidora do Ministério Público de Senador José Porfírio, no Pará, é a primeira promotora quilombola do Brasil.

Ex-aluna do Projeto Identidade, iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e implementada pela Fundação Pedro Jorge (FPJ) com apoio da Educafro, Karoline Bezerra Maia é a primeira promotora quilombola do Brasil.

A jovem, pertencente à comunidade quilombola de Jutaí, localizada no município maranhense de Monção, Karoline foi a primeira da família a ingressar e concluir o ensino superior.

Jovem é primeira promotora quilombola do Brasil
Município de Senador José Porfírio, no Pará. Foto: Ag Pará

A bolsa foi um desdobramento do projeto e contou com financiamento da Fundação Ford para dez alunos, durante seis meses.

Nesta nova fase da vida da jovem promotora, ficará o vazio de um abraço de um casal de pretos, quilombolas, analfabetos, que, certamente, desejaram um futuro diferente para os seis filhos.

Quilombola que atua no Pará é primeira do Brasil.
Município de Monção, no Maranhão. Foto: Reprodução

Erozino Boaventura Maia e Raimunda Bezerra Maia morreram antes de ver a filha se tornar uma doutora. É por eles e por milhares de brasileiros marginalizados e oprimidos pelas desigualdades que a promotora de Justiça Karolina Maia continuará a lutar.

Entusiasmo pela jovem quilombola

Foi com entusiasmo e orgulho que a ANPR e, em especial, a Comissão ANPR Raça, foi informada da posse da estudante. Segundo a coordenadora adjunta da instituição, Nathália Mariel, que foi professora de Karoline, o projeto não existe apenas para ter como único objetivo a aprovação dos alunos.

“Mas também pelo empoderamento e crescimento de todo um coletivo. A aprovação de uma mulher preta nos demonstra isso, quando um alcança, todo um grupo acredita que também pode alcançar, e projetos educacionais ajudam nesse caminho. Muito orgulho de ver a ANPR envolvida nessa missão”, disse Nathália.

PROJETO IDENTIDADE

O projeto encontra-se em fase de reformulação. O objetivo da Associação Nacional dos Procuradores da República — em parceria com a Fundação Pedro Jorge e a Educafro –, com iniciativas como essa, é promover maior diversidade racial nos quadros do MPF e de outras instituições.

Inclusive, há um mês, a ANPR Raça requereu à Procuradoria-Geral da República a implantação de um projeto de capacitação de pessoas negras para o ingresso nos quadros do Ministério Público Federal.

Fonte: ICL Notícias