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Queimadas no Marajó: panorama revela ausência de políticas públicas dos eleitos às Prefeituras

Foto: Marajó - Reprodução/Redes Sociais

O arquipélago do Marajó, no Pará, enfrenta os impactos da crise climática agravados pela ausência de políticas eficazes de mitigação. O Observatório do Marajó destacou a falta de ações para prevenir queimadas e proteger as comunidades locais dos candidatos eleitos às Prefeituras.

Em pleno verão amazônico, o que antes era considerado tranquilo pelas populações locais, hoje é marcado pelas altas temperaturas, clima seco e um aumento exponencial dos focos de incêndios.

A Organização Não Governamental (ONG), Observatório do Marajó, realizou um panorama onde mostra a ausência de políticas, ações de combate, prevenção das queimadas e proteção de comunidades locais. Os estados citados no estudo são: Portel, Breves e Oeiras.

O panorama revela que, a partir de 2018, houve um aumento significativo no número de queimadas nos 16 municípios do arquipélago. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em outubro deste ano, Portel foi registrado como o 5º município com mais focos de incêndio.

Portel

Foto: Fumaça em Portel – Divulgação

Ainda segundo os dados do INPE 2024, no mês de novembro foram registrados 797 focos de queimadas no município. O panorama também chama atenção para a ausência de uma sede própria do Corpo de Bombeiros, além da população, sofrer com os impactos do ar devido às fumaças, resultando no aumento de problemas respiratórios.

Breves

Foto: cedida ao @obsdomarajo

No dia 14 de novembro, o movimento Breves–PA foi as ruas reivindicando o direito de respirar, reforçando os impactos causados pelas queimadas. A mobilização cobrou de autoridades locais direitos e ações preventivas em razão das crises na saúde pública em decorrência da fumaça, onde documentos foram protocolados na Prefeitura de Breves e demais entidades.

Oeiras

Foto: cedida ao @obsdomarajo

Conforme informações do Observatório, em outubro deste ano, o Quilombo de Costeiro registrou vários focos de incêndio em decorrência das altas temperaturas e seca presente na mata nativa da comunidade, o que facilita as ocorrências de fogo. O panorama realizado informa que, segundo lideranças, o município também não possui uma sede do Corpo de Bombeiros, fazendo com que a própria população seja responsável no combate aos incêndios.

Planos de governos dos candidatos eleitos às 16 Prefeituras

O Observatório também realizou uma análise dos planos das 16 candidaturas eleitas em 2024 nas prefeituras marajoaras, onde é apontado a falta de compromisso em políticas de combate, prevenção de queimadas e proteção de comunidades dos mesmos.

  • Criação ou apoio para brigadas comunitárias de combate a incêndios: 18,75% das prefeituras prevê, outros 81,25% não prevê.
  • Arborização dos espaços públicos: 68,75% dos eleitos prevê, já 31, 25% não prevê.
  • Campanhas de conscientização a queimadas: 100% não prevê.
  • Plano de prevenção a queimadas: 12,5% dos eleitos prevê, outros 87,5% não prevê.
  • Apoio emergencial para agricultura familiar e extrativismo: 31,25% prevê, já 68, 75% não prevê.
  • Parceria com Corpo de Bombeiros: 18,75% prevê, outros 81,25% não prevê.

O dados apresentados foram construídos com base nas análises dos planos de governo dos candidatos eleitos durante as eleições municipais de 2024.

*Matéria realizada com informações do Observatório do Marajó.